Theresa May terá sido avisada por um grupo de 100 deputados Tory moderados de que estão preparados para avançar com um revolta contra o governo britânico forçarem a primeira-ministra britânica a atrasar o Brexit, caso não consiga alcançar um novo acordo com a União Europeia.

O Brexit Delivery Group, que representa tanto os deputados contra, como a favor do abandonar a Europa, pediu uma votação livre (sem disciplina de voto) na próxima semana sobre uma proposta que retira de cima da mesa de negociações a opção “no deal”. Simon Hart e Andrew Percy, os líderes desse grupo assinam uma carta a que o The Daily Telegraph teve acesso, e onde dizem existir “vários” membros que estão a ficar cada vez mais “perturbados” com a possibilidade de não ser alcançado nenhum acordo.

Na carta, que tem como destinatária Julian Smith (a “chief whip” dos conservadores, a responsável por impor a disciplina de voto) lia-se: “A reputação da competência do partido e do governo depende da nossa capacidade para formular uma saída ordeira, em linha com a cronologia já estipulada.” Acrescenta ainda que: “Enquanto estamos à espera de ver algumas mudanças no acordo que será proposto pelos nossos ministros em Bruxelas, esta semana, ainda existe uma hipótese de elas não satisfazerem alguns colegas. Inúmeros membros do nosso grupo já avisaram que tinham intenção (caso se preveja uma rejeição do acordo) de apoiar várias propostas que estão planeadas em nome de Oliver Letwin e outros, que terão o duplo efeito de remover a opção ‘no-deal’ de cima da mesa e atrasar o próprio Brexit.”

No início desta semana, quatro membros do governo — Amber Rudd, David Gauke, Greg Clark e David Mundell — disseram à primeira ministra que iriam apoiar essas medidas, desafiando May a despedi-los. Afirmam que mais de 20 membros do governo estão preparados para se demitirem a menos que haja um compromisso para estender o calendário do Artigo 50.

Estas notícias surgem no seguimento das declarações de Jean Claude-Juncker, proferidas esta quinta-feira, nas quais o o presidente da Comissão Europeia afirma estar a sentir o “cansaço do Brexit”. Juncker admite que não está otimista” quanto à existência de um novo acordo.

Theresa May vai nos próximos dias a Sharm El Sheikh, no Egipto, para uma cimeira com líderes europeus e árabes. Tem havido muita especulação de que desse encontro poderá surgir um acordo com os lideres europeus de forma a antecipar a votação do seu acordo no parlamento inglês, na próxima semana. Downing Street, contudo, tem recusado esse cenário.

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