No final do clássico frente ao Benfica, que valeu a liderança do Campeonato aos encarnados, Marega foi à zona onde costuma estar a claque Super Dragões dar a camisola e surgiu um vídeo nas redes sociais onde se percebe apenas uma frase do maliano para os adeptos presentes: “Ainda vamos ganhar!”. Apesar da derrota que custou o primeiro lugar, o avançado quis deixar uma palavra de esperança para o que resta até ao final da temporada. E essa palavra, olhando para as bancadas do estádio Marcolino de Castro esta noite, sobretudo a parte destinada aos adeptos visitantes, parece ter sido ouvida.

Quando as pernas falham, a cabeça é a resposta – isso e aquele corte de Pepe (a crónica do Feirense-FC Porto)

Na “ressaca” de uma grande noite europeia com 120 minutos intensos frente à Roma, o triunfo em Santa Maria da Feira, num jogo marcado por duas quebras de uma das torres de iluminação artificial que atrasou o início do encontro e chegou mesmo a interromper a segunda parte durante cerca de sete minutos, não deixou propriamente muitos motivos de recordação para os azuis e brancos a não ser a vitória, os três pontos e a liderança à condição (o Benfica joga apenas esta segunda-feira com o Belenenses). Ainda assim, esses eram os “objetivos mínimos” dos dragões para este regresso ao Campeonato.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Esta equipa não se vai render nunca, não está no nosso ADN. Era importante ganhar este jogo e temos agora mais nove finais, é nisso que vamos focar”, destacou Danilo, que voltou aos golos esta noite mais de um ano depois, na flash interview.

“Entrámos apáticos, perdemos uma sequência de bolas no meio-campo que eram importantes e, como esta equipa é muito boa nas transições e preenche bem a zona de finalização em cruzamentos, caímos no erro. Mas reagimos bem, conseguimos empatar, com o decorrer do jogo tomámos conta do meio-campo deles e marcámos mais um”, acrescentou o internacional português, antes de vincar a chave do encontro: conseguir a reviravolta ainda dentro da primeira parte: “Era importante dar logo a volta ao resultado. Este campo é muito difícil e o Feirense é uma equipa aguerrida. Se assim não fosse ia ser uma segunda parte mais intensa e para nós, sabendo que fizemos 120 minutos na quarta-feira, foi importante dar a logo a volta”.

“Defrontámos um adversário que se sente pressionado com o aproximar do final do campeonato, que estava muito motivado por defrontar o campeão nacional e que está aflito à procura de pontos. Vínhamos de um jogo muito intenso, em que corremos 120 minutos. Não era um fácil e entrar a perder piorou ainda mais as coisas. Demos uma resposta de grande caráter. Na primeira parte chegámos à igualdade com naturalidade, depois chegámos ao segundo e podíamos ter acabado o primeiro tempo com uma vantagem maior. Queríamos acabar rapidamente o jogo mas na segunda parte faltou alguma frescura”, admitiu Sérgio Conceição na zona de entrevistas rápidas, antes de explicar as substituições operadas e a aposta no onze da Champions.

“Era um jogo num contexto difícil. Meti exatamente o mesmo onze que começou contra a Roma e quis responsabilizar os jogadores no sentido de que era preciso dar alguma maturidade. É importante saber estar com a Roma como saber estar com o Feirense”, destacou o técnico dos azuis e brancos. “Fui tentando dar ao jogo o que precisava. Tirei o Marega, que estava muito cansado. Quando entrou o Edinho fixei mais o Danilo para jogar junto dos centrais e meti o Óliver”, concluiu.