Depois de o grupo José de Mello Saúde, responsável pelos hospitais CUF,  ter retomado as convenções com a ADSE, é a vez da Luz Saúde tomar a mesma decisão. Com esta tomada de posição, os beneficiários vão manter as mesmas condições nos hospitais e clínicas do grupo enquanto decorrem as negociações, refere a empresa, em comunicado.

Face à vontade expressa pelo Conselho Diretivo da ADSE, que se perceciona como genuína, para reiniciar negociações com a Luz Saúde com vista à reformulação das convenções, a Comissão Executiva do Grupo Luz Saúde decidiu retomar as marcações, sem restrições de datas, dos serviços prestados ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE, enquanto estiver a decorrer o período de negociações”, lê-se no comunicado enviado aos colaboradores, a que o Observador teve acesso.

Assim, a Luz Saúde não abandona definitivamente a relação com a ADSE e as condições para os beneficiários mantêm-se nas clínicas e hospitais do grupo durante o período de negociações. O grupo espera também que seja possível assinar “num curto espaço de tempo, um Memorando de Entendimento que regule o processo de negociação e que, em consequência, a ADSE apresente até meados de abril uma proposta de nova tabela” de preços.

No mesmo comunicado, o grupo sublinha ainda que perante esta decisão “os beneficiários da ADSE podem continuar a recorrer à rede de hospitais e clínicas Hospital da Luz” sem quaisquer restrições, “incluindo para datas posteriores a 15 de abril“.  A empresa esclarece ainda que todas as marcações realizadas ao abrigo de um Plano Especial criado para os beneficiários da ADSE “serão realizadas ao abrigo do Regime Convencionado”.

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No final da nota de imprensa a Luz Saúde assume o compromisso de avançar “para esta nova fase de negociações com total boa-fé”, tendo em vista um acordo que “assegure a sustentabilidade de todas as partes e o melhor interesse dos beneficiários”.

O grupo Luz Saúde tinha suspendido as convenções a 12 de fevereiro, informando que a suspensão teria efeitos a partir de 15 de abril. Na altura, informou que tentara “até ao limite” chegar a acordo com a ADSE — o que não foi possível. O comunicado apontava o facto de os preços praticados pela ADSE não serem alterados “há mais de 20 anos”; a “inexistência de atos médicos que fazem parte da rotina médica atual”; e a “aplicação retroativa de regras de regularização de faturação”, considerada “manifestamente ilegais” — como razões para a ausência de um acordo. Estes argumentos eram bastantes semelhantes aos apresentados pelo grupo José Mello Saúde, a 11 de fevereiro, que também retomou os acordos na quarta-feira. 

Os três motivos que levaram dois hospitais (até agora) a suspenderem o acordo com a ADSE