As guerras da saúde fazem sentido? /premium
Na cínica “ideologia do SNS” não temos qualquer preocupação com a saúde pública, mas um projecto de domínio da sociedade pelo poder político e ainda um cálculo eleitoral partidário.
O grupo Luz Saúde vai "deixar de prestar serviços" ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE. A partir do dia 15 de abril, os beneficiários vão deixar de contar com este acordo.
Esta decisão, explica o grupo em comunicado, afetará a vida de mais de 250 mil clientes
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Depois do grupo José de Mello Saúde, responsável pelos hospitais CUF, também o grupo Luz Saúde vai deixar de prestar serviços ao abrigo das convenções celebradas com a ADSE.
Num comunicado enviado aos colaboradores, a que o Observador teve acesso, lê-se que a partir do dia 15 de abril, os beneficiários vão deixar de contar com este acordo quando se dirigirem aos Hospitais e Clínicas da Rede Hospital da Luz.
A partir dessa data, as novas marcações feitas “deixam de estar abrangidas pelo regime convencionado, podendo ser realizadas em regime de reembolso”. O grupo garante, porém, todas as marcações feitas antes de 15 de abril, mesmo que se realizem depois dessa data bem como o acompanhamento às grávidas até à alta após o parto, tratamentos relacionados com doença oncológica e cuidados de saúde de internamento, “desde que iniciados antes do dia 15 de abril”.
O grupo garante que tentou “até ao limite” chegar a acordo com a ADSE — o que não foi, anuncia, possível. O comunicado aponta o facto de os preços praticados pela ADSE não serem alterados “há mais de 20 anos”; a “inexistência de atos médicos que fazem parte da rotina médica atual”; e a “aplicação retroativa de regras de regularização de faturação” — considerada “manifestamente ilegais” — como razões para a ausência de um acordo. Estas razões são muito semelhantes às apresentadas pelo grupo José de Mello Saúde.
Esta decisão que o grupo diz ter sido “forçado a tomar”, lê-se no mesmo comunicado, “afetará a vida de mais de 250 mil clientes” que beneficiam da ADSE e utilizam os serviços dos hospitais do Luz Saúde.
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Na cínica “ideologia do SNS” não temos qualquer preocupação com a saúde pública, mas um projecto de domínio da sociedade pelo poder político e ainda um cálculo eleitoral partidário.
O actual conflito entre a ADSE e “meia dúzia” de operadores privados vai-se transformar num conflito entre a ADSE milhares e milhares de beneficiários, com óbvias consequências eleitorais.
A capacidade que a Esquerda tem, e sempre teve, para se impor, dominar e exercer o condicionamento mental que exerce, é admirável.
Visto que em Portugal a direita se define por ser tudo aquilo de que a esquerda não gosta, eu defino-me por não gostar de tudo aquilo o que a esquerda é. Quanto à direita, tem dias. E tem direitas.
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