Mais de metade do território do continente está em seca moderada e cinco por cento em seca severa, anunciou esta quarta-feira o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, frisando que a situação é preocupante, mas está ainda longe do que se passou em 2017. Em conferência de imprensa com o seu homólogo do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, o ministro indicou que 57% do território está em seca moderada, 38% em seca fraca e 05% do Barlavento algarvio está em seca severa.

O ministro do Ambiente afirmou que o Governo já está a pré-contratar camiões de abastecimento de água para o caso de serem precisos e que este mês será lançado um programa de reutilização de águas residuais tratadas. Os governantes falavam aos jornalistas depois de uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que se voltará a reunir no dia 30 de abril.

O ano de 2019 está a ser “anormalmente seco e quente” mas ainda se espera que possa chover mais no mês de abril, afirmou Capoulas Santos, assegurando que para já é “possível garantir a normalidade no ano agrícola” na maior parte do país, exceto em zonas como o perímetro da barragem alentejana da Vigia e na zona de Campilhas-Alto Sado, que terão limitações no uso de água para regadio.

Ministro da Agricultura admite estar preocupado com “espetro de seca”

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Matos Fernandes afirmou que no dia 22 arrancará um plano de reutilização de águas tratadas, abrangendo as 50 maiores estações de tratamento de águas residuais em Portugal. A meta para 2025 é que 10% de todas as águas tratadas sejam usadas para rega, limpeza de ruas, caixotes do lixo e outros usos que não o consumo humano, quantidade que deverá duplicar para 20% em 2030.

Para já, “sem previsão de problemas graves, não se aplicam medidas de contingência” como as adotadas durante 2017, mas já estão a ser pré-contratados os serviços de camiões de abastecimento de água a populações a que ela falte, disse o ministro do Ambiente e da Transição Energética. João Pedro Matos Fernandes reiterou que “não há comparação entre os valores registados hoje e 2017”, mas salientou que a “obrigação de poupar água” e de a usar racionalmente é uma responsabilidade de todos os cidadãos.

A campanha das Águas de Portugal para apelar à poupança de água será retomada em abril se a situação se agravar, disse o ministro, e acrescentou que nesse mês vão ser abertas novas ligações abastecimento de água no Alentejo.