O Governo não cumpriu a sua promessa de reverter a tendência de redução de camas nos três grandes centros hospitalares da cidade de Lisboa. A informação é do jornal Público, que dá conta deste desenvolvimento com base num esclarecimento que o Bloco de Esquerda (BE) obteve junto da maioria do hospitais do país.
De acordo com aquele jornal, um portaria assinada pela em março de 2018 pela secretária de Estado da Saúde à altura, Rosa Matos, previa a subida de 7871 camas registadas no final de 2017 entre os 16 hospitais de Lisboa e Vale do Tejo para 8149 no terceiro trimestre de 2018. Ou seja, o governo comprometeu-se com a criação de mais 278 camas, o que na altura chegou a ser noticiado como o restabelecimento dos números antes da chegada da troika, em 2011.
À altura, na portaria em questão era referido que o aumento do número de camas serviria para atender ao “agravamento do envelhecimento da população”.
Porém, segundo o levantamento feito pelo BE, o conjunto dos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo acabou não por ganhar na sua totalidade as 278 camas projetadas pelo Governo, mas antes por perder outras 96 camas.
Apesar desta quebra generalizada, em esclarecimento ao Público, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) preferiu ainda assim sublinhar que os números de camas subiram em três hospitais da sua responsabilidade: Amadora-Sinta (com mais 21 camas); Garcia de Orta, em Almada (mais 28) e Barreiro-Montijo, sem que tenha sido especificada a dimensão dessa subida.
Além disso, a ARSLVT explicou que a quebra no número de camas se deve ao facto de algumas unidades estarem a ser alvo de obras de renovação — “implicam um redução temporária de lotações” — e acrescentou ainda que, através da criação de “projetos de hospitalização domiciliária” será registado “um acréscimo de cerca de 100 camas”.