A polícia deteve esta quarta-feira o ex-presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski na sequência de uma investigação relacionada com o escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht, avança a agência de notícias AFP. Kuczynski é suspeito de lavagem de dinheiro, sendo que as autoridades conseguiram permissão para, durante 48 horas, revistar a sua casa, de maneira a recolher documentos relacionados com o caso.

É a segunda vez no mesmo ano que são realizadas buscas na residência do ex-presidente, o qual começou a ser associado aos alegados pagamentos ilícitos da Oderbrecht — uma das principais empresas brasileiras envolvidas no escândalo de corrupção Lava-Jato — em 2017. Um ano depois, em março de 2018, viria a renunciar à presidência do país, tornando-se, assim, no primeiro presidente em exercício na América Latina a deixar o cargo no caso que envolve a Oderbrecht.

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A diferentes meios peruanos, Pedro Pablo Kuczynski disse estar a ser alvo de uma “perseguição” e assegurou que respondeu ao Ministério Público de todas as vezes que foi convocado. “Os funcionários da Odebrecht foram muito claros sobre eu não ter nada que ver com essas acusações”, afirmou, citado pela AFP. “Eu cumpri tudo e isso é muito claro: não tenho nada que ver com isso [com os pagamentos alegada ilícitos da construtora brasileira].”

A construtora brasileira Odebrecht admitiu em 2016, perante as autoridades judiciais dos Estados Unidos, que pagou subornos, vulgo ‘luvas’, no valor de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014, e assegurou ainda que esses pagamentos estenderam-se a políticos em toda a América Latina.

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