Um grupo de acionistas da Sporting SAD enviou esta quarta-feira uma carta ao presidente da Assembleia Geral da sociedade verde e branca, Bernardo Ayala, a solicitar uma reunião magna extraordinária no seguimento da divulgação pública na última semana (em dois momentos distintos) da auditoria forense feita pela Baker Tilly ao Grupo verde e branco.

254 páginas da SAD, 137 do clube: a auditoria que divide o Sporting (e que ninguém sabe de onde saiu)

“Lemos nas notícias partes selecionadas dos relatórios encomendados à auditora Baker Tilly e encontramos na internet o documento completo, tanto em relação à Sporting SAD, empresa cotada da qual somos co-proprietários por via das nossas ações, como em relação ao acionista de referência Sporting Clube de Portugal”, começa por lamentar a missiva, antes de enumerar os três grandes pontos de discussão que querem ver discutidos em Assembleia Geral Extraordinária da sociedade.

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  • “Primeiro ponto. Como, quem e quando? Como foi divulgado para o exterior o relatório, quem o divulgou e quando é que o divulgou? O relatório é um documento da SAD, cujo teor só poderia ser comunicado em primeira mão aos acionistas”;
  • “Segundo ponto. Quem autorizou a Baker Tilly a utilizar os números confidenciais em detalhe na construção do relatório, sabendo que pela simples consulta por parte de milhares de Sócios do Clube seriam tornados informação pública, de acesso a toda a gente, sobretudo a outros agentes de negócio como empresários de jogadores, patrocinadores, fornecedores e clubes rivais, o que põe em risco o sucesso desportivo e económico da nossa sociedade”;
  • “Terceiro ponto. A responsabilidade da divulgação do relatório é sempre da administração da SAD, seja porque passou-o em primeira mão aos órgãos de comunicação social, seja porque, caso não o tenha passado, não acautelou os interesses da sociedade por via da escolha de parceiros éticos e competentes para fazer a auditoria. Caso a administração da Sporting SAD considere que a informação não saiu de dentro da própria Sociedade (o que nos parece improvável dada a forma, o momento e os canais utilizados), exigimos que se coloque, de imediato, um processo de investigação à Baker Tilly, e que se suspenda, também desde já, o pagamento da auditoria, até estar totalmente esclarecida a situação”.

As 254 páginas de uma auditoria que (afinal) pode trazer mais problemas ao Sporting

Em paralelo, o grupo onde constam Pedro Geada, Paula Correia, Hugo Santos, João Silva, João Ribeiro, Bruno Mascarenhas, Gonçalo Fernandes, João Neto e Marcelo Alcântara coloca também em causa uma operação feita pela atual administração da SAD liderada por Frederico Varandas, a propósito de um negócio tendo em vista o mercado asiático, além de alguns pedidos de esclarecimento sobre o recente acordo feito pela sociedade verde e branca com o fundo Apollo.

“Aproveitaremos a ocasião para pedir informação e transparência sobre os dois milhões de euros pagos ao Wolverhampton para alegadamente abrir o mercado chinês ao Sporting Clube de Portugal (em que consiste o protocolo e o que já foi feito) e sobre o empréstimo de 65 milhões que a sociedade recebeu (aumentado o seu endividamento), nomeadamente prazo, taxa de juro a pagar, colaterais e se o dinheiro foi ou não utilizado para amortizar divida bancária (40 milhões de euros)”, refere.