Dois jogos, 180 minutos, 13 golos. Se houve duelo que trouxe festejos na presente edição do Campeonato foi o Sp. Braga-Benfica, primeiro na Luz e depois da Pedreira, mas com a balança muito desequilibrada a favor dos encarnados que marcaram um total de dez, oito dos quais no decorrer da segunda parte. Do lado dos minhotos, e aliando a isso os (maus) resultados alcançados também com FC Porto e Sporting, é motivo de reflexão numa perspetiva de um dia ambicionar a lutar pelo título; do lado dos lisboetas, é sobretudo a confirmação de uma regra na presente temporada – a facilidade de chegar com sucesso à baliza contrária.

Joga (muito), marca e assiste. Mas a diferença de Pizzi esteve noutro gesto (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

É preciso recuar a 1976, quando o Benfica apontou um total de 94 golos, para encontrar uma época tão profícua no Campeonato como esta. Aliás, com três encontros ainda por disputar, é muito provável que os encarnados consigam entrar no top 5 das temporadas com mais golos de sempre na prova, ameaçando o top 3 que tem como último lugar no pódio o ano de 1947, com 99 golos. Em paralelo, e contabilizando os remates certeiros para todas as competições, é preciso ir ainda mais longe na história – os 128 golos apontados até ao momento são apenas superados pela equipa de 1965 liderada por Elek Schwartz.

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Contas feitas, apenas existem quatro equipas na Europa que somam nesta altura da época mais golos do que as águias, contando com todas as competições: o Ajax (160), o Manchester City (156), o PSG (139) e o Barcelona (130). De forma natural, os olhos nestas contas centram-se de imediato nas unidades mais atacantes, casos de Seferovic ou João Félix. No entanto, e tratando-se também do reflexo do novo modelo de jogo implementado por Bruno Lage na equipa depois da saída de Rui Vitória, Pizzi e Rafa são os melhores exemplos de como o Benfica consegue carburar em termos individuais e coletivos.

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Pizzi, que em Braga bisou de grande penalidade além de ter feito a assistência para o terceiro golo de Rúben Dias na sequência de um canto, carimbou no Minho aquela que é a sua melhor temporada de sempre a vários níveis: além de ter superado os 13 golos apontados na época de 2016/17, que eram o seu recorde num só ano, o internacional português passou a ter 12 golos e 18 assistências nos 31 encontros realizados para o Campeonato, sendo o jogador com mais influência – e que está em 33% dos golos dos encarnados. Para se ter uma ideia da influência do médio nascido em Bragança, basta recordar que, nos 11 primeiros remates do conjunto de Bruno Lage na Pedreira, três foram seus e quatro tiveram os seus passes.

Já Rafa, que marcou pela primeira vez à anterior equipa (não celebrando por isso o golo, como fez questão de manifestar com os braços levantados a pedir desculpa), chegou aos 17 golos, naquela que é a sua melhor temporada de sempre no capítulo da finalização – 13 no Campeonato, dois na Taça de Portugal e dois na Taça da Liga. Mais impressionante ainda, e não se tratando de um avançado puro, apenas três jogadores têm melhor média de aproveitamento por minuto no Campeonato: o internacional marca um golo por cada 126 minutos, atrás de Seferovic (89′), Bas Dost (109′) e João Félix (114′).