Os primeiros quatro jogos de Magnus Andersson no Campeonato ao serviço do FC Porto deixaram desde logo a marca daquilo que seria a nova versão do andebol dos dragões: uma equipa com grande apetência ofensiva, capaz de ter vantagens largas nas vitórias e que consegue na maioria dos encontros internos passar a fasquia dos 30 golos marcados. No entanto, houve um outro lado da evolução dos azuis e brancos com o sueco, que passou pela defesa – como se viu, por exemplo, no último clássico na Luz frente ao Benfica, que terminou com o triunfo por 28-23. Com isso, chegava ao encontro em atraso com o Sporting na frente da prova, 100% vitorioso da fase final e a poder dar um passo importante na luta para recuperar o título de campeão.

FC Porto vence Benfica e agarra liderança. Encarnados atrasam-se na luta pelo título

No polo oposto, os leões tropeçaram no dérbi com o Benfica do passado domingo (25-24) e perderam margem de manobra nas contas pelo tricampeonato – ou ganhavam, igualavam os portistas no topo da classificação e chegavam aos últimos quatro jogos da fase final a depender apenas de si ou, caso contrário, estariam sempre dependentes de um deslize dos dragões além do clássico no Pavilhão João Rocha da penúltima ronda. E isto apesar dos 28 triunfos em 31 encontros realizados para o Campeonato, com dois desaires na Luz (fase regular e fase final) e um inesperado tropeção fora com o Maia ISMAI, em outubro.

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Pelo meio ainda houve um clássico na Taça, com triunfo para os dragões, mas no Campeonato à terceira foi mesmo de vez: com uma grande exibição no plano defensivo sobretudo durante a primeira parte, os azuis e brancos venceram por 32-27 na partida mais desequilibrada entre os dois conjuntos na presente temporada, dando assim um passo muito importante para a reconquista do Campeonato quando faltam quatro jornadas para o fim (com dois clássicos com Sporting e Benfica a fechar).

Depois de um começo equilibrado com o Sporting a explorar bem o jogo de segunda linha com Tiago Rocha como pivô (o que foi valendo alguns livres de sete metros transformados por Ghionea) e as saídas rápidas para ficar com dois golos de vantagem (5-3), os visitados subiram – e muito – o rendimento na defesa e sofreram apenas mais seis golos até ao intervalo (16-11), aumentando o avanço em golos de contra-ataque pelos pontas ou pelo inspirado André Gomes, lateral que sofreu há algum tempo uma lesão grave quando tentava confirmar a boa época feita no ABC e que está de volta aos melhores tempos.

No segundo tempo, e apesar do esboço de reação verde e branco que colocou a desvantagem apenas em quatro golos (25-21) quando já tinha estado em sete (22-15), os leões continuaram a cometer demasiados erros e falhas técnicas nas ações ofensivas perante a muralha sólida dos dragões (a diferença de momentos no plano físico foi também decisiva, sobretudo depois do intervalo), que foram gerindo como quiseram a partida até ao 32-27 final com dez golos de André Gomes, o melhor marcador do encontro seguido dos verde e brancos Ghionea (sete) e Pedro Valdés (seis), os únicos jogadores leoninos que não estiveram abaixo do normal a par de Cudic, guarda-redes que defendeu o dobro dos remates de Quintana.

Na próxima jornada, o FC Porto vai receber o Águas Santas, ao passo que Sporting e Benfica defrontam em casa Belenenses e Madeira SAD, respetivamente. Os dragões, que somam 55 pontos (mais quatro do que os leões e cinco em relação às águias), deslocam-se depois à Madeira antes de novo jogo fora em Alvalade e a receção aos encarnados a fechar o Campeonato.