Conceber e construir um automóvel implica um esforço muito superior ao que muitos podem pensar. Para já, um esforço financeiro colossal, pois são anos em investigação e desenvolvimento, não só para o desenhar, como também para preparar a linha de produção para a sua montagem. Depois, é a vez de todo o sistema de motorizações, de gestão e, no caso dos veículos eléctricos, encontrar um fornecedor de confiança para garantir as baterias ideais e nas quantidades necessárias. Ao fim de um generoso período, algures entre quatro e oito anos, lá temos finalmente o veículo pronto a ser entregue aos clientes.

A Honda prepara-se para apresentar o seu primeiro eléctrico a bateria – já possui um outro veículo eléctrico, não na Europa, mas alimentado por célula de combustível – no final de 2019, para começar a entregá-lo na primeira metade de 2020. Ora, um cliente californiano da marca japonesa conseguiu “produzir” o seu Honda eléctrico numa questão de segundos. E ao contrário do Honda e, que prevê apenas uma autonomia superior a 200 km, o Honda eléctrico do homem da Califórnia pode até ultrapassar os 500 km.

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O que parece ter acontecido na costa oeste dos EUA teve a ver com a difícil situação perante a qual foi colocado um condutor que, se por um lado, era fã de veículos eléctricos, por outro lado, tinha o seu coração prometido à Honda. Por isso, decidiu conciliar o melhor dos dois mundos: adquiriu um Tesla Model 3, que depois “transformou” à sua medida, colocando-lhe todos os logótipos de um Honda Civic.

É claro que um Model 3 a passear-se pela Califórnia disfarçado de Honda dá nas vistas, pelo que não tardou até que o carro fosse fotografado e as provas do “crime” fossem parar às redes sociais. E são essas mesmas provas que permitem constatar que lá está o “H” onde habitualmente está o “T”, para depois surgir a palavra “Civic” na zona esquerda da tampa da mala.

Talvez o rebadging mais caricato seja o que aparece de lado, na zona inferior da porta da frente. Aí o condutor decidiu colar o logo “VTEC DOHC”, o que desde logo configura um verdadeiro disparate. Para começar, o Variable Valve Timing and Lift Electronic Control, a excelente solução que a Honda apresentou em 1983 para tornar os seus motores mais “redondos” a baixo regime, para depois se revelaram mais potentes a alta rotação, não se aplica de todo a um motor eléctrico. Como se isto não bastasse, também não se aplica em motores eléctricos o conceito de Double Overhead Camshaft, ou dupla árvore de cames à cabeça. Mas lá que os logos ficam bem, isso ficam.