“Um sucesso” e uma “revolução no sistema de transportes”. Foi assim o feedback do secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade sobre o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) nos transportes públicos, que completa este sábado dois meses desde que entrou em vigor. Em entrevista ao Jornal de Negócios, José Mendes referiu que o programa ainda está a ser implementado — “não se faz um despacho e no dia seguinte a realidade muda” –, mas que só os transportes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto já ganharam “167 mil passes”.

“Isso equivale a muito mais do que estimávamos. No modelo que usámos para o objetivo de redução de tarifas para o aumento da procura, estimámos que para uma descida média de 30% do valor do passe houvesse um acréscimo de 10% de procura. Isso dava 100 mil passageiros”, referiu José Mendes ao Negócios, acrescentando que acredita que no resto do país o PARC terá contribuído para chegaram “à zona dos 200 mil novos passageiros”. “Estamos a falar de um aumento de 20%, o que mostra o caráter disruptivo desta medida. Estou felicíssimo com estes números”, sublinhou o secretário de Estado Adjunto.

Na Área Metropolitana de Lisboa, o crescimento de passageiros devido ao PARC foi de 26%, enquanto no Porto chegou aos 16%. Sobre as maiores dificuldades no processo, José Mendes destacou o sistema de integração na bilhética de alguns locais do país, afirmando que “se é verdade que as áreas metropolitanas estavam melhor dotadas na bilhética desmaterializada, já tinham alguma infraestrutura, no resto do país não”, daí algum atraso em algumas operadoras. Mas, garante: “Os acordos que era preciso fazer das autoridades de transporte com os operadores, quer privados quer públicos, estão praticamente todos feitos”.

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José Mendes respondeu ainda às críticas a esta medida, que foi apelidada de “eleitoralista” e inviável. “Há sempre os Velhos do Restelo, que diziam que a oferta ia ser o fim do mundo, mas se estamos à espera das condições ótimas não faltam boas razões para não fazer. Não veio um fim do mundo. o país não ficou virado ao contrário. Há mais procura, temos de adaptar a oferta. Esta medida não é eleitoralista, e é para continuar, havendo recursos. Não é um ‘shot’ para as eleições”, referiu.

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