Esta quarta-feira, dia 3 de julho, celebra-se em todo o mundo o Dia Internacional sem Sacos de Plástico e segundo dados citados pelo Diário de Notícias, a legislação que entrou em vigor há quatro anos e determinou a aplicação de uma taxa sobre sacos de plástico com asas e gramagem inferior a 50 mícrons (que antigamente eram gratuitos) já está a fazer efeito nos hábitos de consumo e utilização.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística referentes ao espaço de tempo entre 2013 e 2017, utilizaram-se menos 14 000 toneladas de sacos com dimensões variadas — isto traduz-se na venda de 73 000 toneladas no primeiro ano e 60.000 no último. Será isto suficiente? Há quem ache que não.
Susana Fonseca pertence à associação ambientalista Zero e, ao DN, explica que a realidade não é assim tão clara. “Existe neste momento a perceção de que os sacos de plástico de asas de gramagem superior, que passaram a ser vendidos nos supermercados e que não são abrangidos pela taxa em vigor, estão a aumentar”, afirma. Ou seja, os clientes já se habituaram ao valor de compra destes sacos e isso está a fazer com que se tornem “mais presentes”. A mesma associação defende, portanto, que “todos os sacos de plástico, sem exceções, sejam abrangidos pela taxa ambiental”, pedindo também uma melhor noção de que ao comprar estes sacos de plástico mais grossos, com asa, não estão a pagar a taxa ambiental “porque os novos sacos têm gramagem superior a 50 mícron e, portanto, na prática estão apenas a pagar o saco ao supermercado.”
A Quercus vai mais longe dizendo que o compromisso feito pela lei de 2015 e almejava uma “uma redução em cerca de 50% na compra de sacos de plástico nos supermercados”, já não é suficiente. É necessário “proibir a oferta de sacos de plástico em todas as lojas de retalho” e potenciar “o aumento de sacos reutilizáveis, preferencialmente reciclados e recicláveis”.
Estes dados surgem numa altura em que o cerco ao plástico continua a fechar-se, isto depois de países como Nova Zelândia, Bangladesh e China, por exemplo, terem banido completamente a utilização de sacos de plástico. A União Europeia tem tentado manter-se a par do movimento e também já delimitou metas mais apertadas em relação ao plástico (que vão ter de ser, obrigatoriamente, aplicadas pelos estados membros), nomeadamente a proibição total de tudo o que seja palhinhas, pratos descartáveis, talheres ou copos de plástico de utilização única. Até os recipientes de comida take-away vão ter de adaptar-se a esta nova realidade.