“Mandem-na de volta! Mandem-na de volta!”. Uma multidão de apoiantes de Trump pediu aos berros que Ilhan Omar, uma das quatro congressistas visadas nos comentários racistas do presidente no Twitter, voltasse para o seu país de origem.

No comício da campanha para as eleições presidenciais de 2020, realizado na quarta-feira em Greensville, Trump chamou às quatro mulheres “extremistas cheias de ódio”. “Elas não adoram o nosso país. Se não gostam, podem sair. Deixem-nas sair”, voltou a dizer o presidente norte-americano.

E o público presente respondeu com o grito “saiam!”. Trump interrompeu o discurso e deixou que continuassem com os berros.

Ilhan Omar, representante do Minnesota, é a única das quatro congressistas referidas nos comentários de Trump que não nasceu nos Estados Unidos. Chegou ao país com oito anos com o estatuto de refugiada da Somália. A congressista respondeu mais tarde no Twitter com um poema de Maya Angelou.

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Também no Twitter, Donald Trump agradeceu ao povo da Carolina do Norte. “Que público, que grandes pessoas. O entusiasmo causa admiração nos nossos rivais da esquerda radical”. O presidente diz ainda que 2020 vai ser “um grande ano” para o Partido Republicano.

Câmara dos Representantes bloqueia impeachment

Trump tinha razões para estar feliz. Horas antes viu uma tentativa de impeachment ser bloqueada. O democrata do Estado do Texas Al Green preparou uma resolução para o retirar da Casa Branca mas não teve sucesso. A medida não teve o apoio da Câmara dos Representantes nem dos democratas que tinham votado a favor da condenação de Trump considerando os seus comentários racistas. Agora,  137 democratas juntaram-se aos republicanos e votaram contra o impeachment. 

Apesar de terem votado contra, os democratas dizem que a presidência de Trump é uma “desgraça”. Porque votaram, então, a favor do fim do impeachment? Seguiram a líder da instituição, Nancy Pelosi, que disse na quarta-feira que Trump e os seus sócios deviam ser investigados antes de se considerar um impeachment.

Trump diz que a tentativa de o retirar das suas funções é um “projeto ridículo”. “Isto nunca devia acontecer a outro presidente dos Estados Unidos”, comentou no Twitter.