“Mandem-na de volta! Mandem-na de volta!”. Uma multidão de apoiantes de Trump pediu aos berros que Ilhan Omar, uma das quatro congressistas visadas nos comentários racistas do presidente no Twitter, voltasse para o seu país de origem.
No comício da campanha para as eleições presidenciais de 2020, realizado na quarta-feira em Greensville, Trump chamou às quatro mulheres “extremistas cheias de ódio”. “Elas não adoram o nosso país. Se não gostam, podem sair. Deixem-nas sair”, voltou a dizer o presidente norte-americano.
E o público presente respondeu com o grito “saiam!”. Trump interrompeu o discurso e deixou que continuassem com os berros.
Trump rally crowd launches into "send her back" chant over Ilhan Omar https://t.co/VMaxlgbQn1 pic.twitter.com/92v7Lh4Uza
— The Daily Beast (@thedailybeast) July 18, 2019
Ilhan Omar, representante do Minnesota, é a única das quatro congressistas referidas nos comentários de Trump que não nasceu nos Estados Unidos. Chegou ao país com oito anos com o estatuto de refugiada da Somália. A congressista respondeu mais tarde no Twitter com um poema de Maya Angelou.
You may shoot me with your words,
You may cut me with your eyes,
You may kill me with your hatefulness,
But still, like air, I’ll rise.-Maya Angelou https://t.co/46jcXSXF0B
— Ilhan Omar (@IlhanMN) July 18, 2019
Também no Twitter, Donald Trump agradeceu ao povo da Carolina do Norte. “Que público, que grandes pessoas. O entusiasmo causa admiração nos nossos rivais da esquerda radical”. O presidente diz ainda que 2020 vai ser “um grande ano” para o Partido Republicano.
Just returned to the White House from the Great State of North Carolina. What a crowd, and what great people. The enthusiasm blows away our rivals on the Radical Left. #2020 will be a big year for the Republican Party!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 18, 2019
Câmara dos Representantes bloqueia impeachment
Trump tinha razões para estar feliz. Horas antes viu uma tentativa de impeachment ser bloqueada. O democrata do Estado do Texas Al Green preparou uma resolução para o retirar da Casa Branca mas não teve sucesso. A medida não teve o apoio da Câmara dos Representantes nem dos democratas que tinham votado a favor da condenação de Trump considerando os seus comentários racistas. Agora, 137 democratas juntaram-se aos republicanos e votaram contra o impeachment.
Apesar de terem votado contra, os democratas dizem que a presidência de Trump é uma “desgraça”. Porque votaram, então, a favor do fim do impeachment? Seguiram a líder da instituição, Nancy Pelosi, que disse na quarta-feira que Trump e os seus sócios deviam ser investigados antes de se considerar um impeachment.
Trump diz que a tentativa de o retirar das suas funções é um “projeto ridículo”. “Isto nunca devia acontecer a outro presidente dos Estados Unidos”, comentou no Twitter.
….Greatest Economic BOOM in the history of our Country, the best job numbers, biggest tax reduction, rebuilt military and much more, is now OVER. This should never be allowed to happen to another President of the United States again!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 17, 2019