O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou esta sexta-feira que o investimento na ferrovia é uma “das maiores apostas” do Governo e que deve continuar a ser feita no futuro.

“A ferrovia é uma das maiores apostas deste Governo. Queremos que seja uma das maiores apostas consensuais do país, independentemente de quem governa ou vier a governar Portugal. Que não pare esta aposta no meio de transporte do futuro”, disse Pedro Nuno Santos, na Guarda, na cerimónia de consignação da obra a realizar no troço entre Guarda e Cerdeira, na Linha da Beira Alta, e de lançamento do concurso Pampilhosa – Santa Comba Dão.

Segundo o ministro das Infraestruturas, atualmente fala-se muito em mobilidade elétrica, mas são os comboios que permitem “chegar às cidades sem ser de automóvel” e permitem “ligar a extensas regiões” do país.

“E, por isso, o comboio é mesmo o futuro, a ferrovia é mesmo o futuro”, tendo também em conta a ligação a Espanha e à Europa, observou.

O governante referiu ainda que a ferrovia é encarada como meio de transporte de mercadorias e de passageiros: “Nós não queremos ter apenas uma ferrovia para transportar vagões e mercadorias. Nós queremos que as pessoas, que os cidadãos portugueses e europeus, usem também a ferrovia”.

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O ministro realçou ainda a importância da ferrovia para o turismo, mas alertou que o país ainda não explora o turismo ferroviário. “Nós ainda não exploramos como deve ser o turismo ferroviário” no Douro, no Alentejo e na Beira Interior, apontou.

No seu discurso, Pedro Nuno Santos, falou também do material circulante, indicando que muitas composições e carruagens, que estavam “encostadas”, vão ser recuperadas.

No futuro, com o investimento em comboios, propõe que a indústria, a tecnologia e a academia nacional têm que participar “neste esforço”.

“Nós vamos investir na ferrovia em Portugal. Nós temos toda a capacidade, entre Estado, CP – Comboios de Portugal, EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, academia, universidade e setor privado, para conseguirmos dar um grande contributo para este esforço, que é: novos comboios, mais comboios a circular em Portugal”, afirmou.

Assumiu também que os novos comboios “podem ser desenvolvidos e, na sua grande maioria, feitos em Portugal”.

Pedro Nuno Santos presidiu esta sexta-feira, na Guarda, à cerimónia de consignação da obra do troço da linha da Beira Alta Guarda – Cerdeira (que contempla 14 quilómetros e representa um investimento de 8,7 milhões de euros) e de lançamento do concurso da empreitada do troço Pampilhosa – Santa Comba Dão e construção da Concordância da Mealhada (no valor de 66 milhões de euros).

Segundo o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, os investimentos inserem-se no programa Ferrovia 2020 e, quando estiverem concretizadas, permitirão retirar camiões das estradas.

Atualmente, já são retirados 500 camiões das estradas e esse número “vai mais do que duplicar”, vaticinou o responsável. “Este é um ganho tremendo para o país”, disse o ministro aos jornalistas, no final da sessão.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, disse que a obra hoje lançada “é um grande projeto para a Guarda, para o país e também para a Europa”.