A Câmara Municipal de Lisboa mandou encerrar dois jardins — o da Quinta das Conchas e dos Lilases — para remover um ninho de vespas asiáticas, confirmou o Observador. As operações foram feitas ao longo da noite de quinta-feira e desta manhã com recurso a feromonas e canas de carbono, que destroem os ninhos,  mas os parques vão continuar encerrados enquanto a autarquia confirma se há ou não outros ninhos na zona.

Em declarações à Rádio Observador, Pedro Delgado Alves, presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, explicou que a remoção desta espécie invasora é da responsabilidade da Câmara, e não da freguesia, porque é a autarquia que gere a zona verde onde ela foi encontrada. “Há uma outra zona diretamente gerida pela Câmara que é a Nossa Senhora da Paz. Há, ainda, uma grande área que está integrada no Parque do Museu Nacional do Traje que também tem uma zona verde muito extensa. No restante espaço são manchas de arvoredo mais disperso, onde é fácil fazer o acompanhamento e a gestão se for detetada em algum local”, esclareceu.

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Nestes casos, a autarquia procede à remoção dos ninhos e das espécies invasoras nos espaços pelos quais é responsável — ou então, se não tiver meios para isso, contrata uma empresa que o faça. Caso as zonas verdes não estejam na sua área de gestão, então a responsabilidade passa para a freguesia. No entanto, como as zonas verdes detidas pela freguesia do Lumiar são menos densas, também é menos provável que fenómenos como este sejam detetados nesses locais.

Pedro Delgado Alves garante que não há indicação de outros ninhos de vespas asiáticas naquela freguesia. E que os parques estão encerrados para prevenção, já que a espécie é perigosa para os humanos.

De acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, as vespas asiáticas — também conhecidas por vespas velutinas — são uma espécie de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia, do leste da China, da Indochina e do arquipélago da Indonésia, mas entraram na Europa em 2004. São uma espécie invasora capaz de perturbar os ciclos dos animais naturalmente existentes em Portugal: come abelhas europeias, é agressiva para os humanos e constroem ninhos muito grandes durante o verão.

Em declarações à Rádio Observador, o engenheiro zootécnico Tiago Moreira explicou que os primeiros avistamentos de vespa volutina em Portugal remontam a 2011, quando foi encontrada em Viana do Castelo. Desde então que tem viajado para o sul e para o interior do país para construir ninhos. Para combater a disseminação da espécie, os apicultores têm aproveitado o ciclo biológico destes animais. Entre setembro e outubro, quando as vespas morrem mas as rainhas hibernam, são colocadas armadilhas. Assim, quando chegar a primavera, as vespas já não constroem ninhos.

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