Não foi o primeiro episódio da noite, terá sido o último episódio da noite mas fica como principal episódio da noite: após mais uma derrota do Sporting em Alvalade para o Campeonato (a segunda consecutiva, no quarto jogo sem vencer da equipa leonina), alguns adeptos afetos às claques verde e brancas que estavam junto dos habituais espaços de convívio e encontro no recinto do clube tentaram invadir a garagem para pedirem satisfações aos jogadores por mais um mau resultado numa temporada em que os leões venceram apenas dois dos oito jogos realizados, intenção que acabou por ser de imediato travada.

Entre a perda de Wendel e o esbracejar de Vietto esteve o azar de Coates (a crónica do Sporting-Famalicão)

De acordo com informações recolhidas pelo Observador, os referidos adeptos tentaram aceder ao piso -2 das garagens mas já estariam a ser controlados pelas autoridades, com a polícia a limpar de imediato a zona para garantir a segurança da mesma antes de chegarem mais reforços. Mais tarde, os atletas e demais elementos da equipa profissional de futebol saíram de forma tranquila de Alvalade, não que sem antes fosse “desocupado” um perímetro junto da saída ao pé do Edifício Visconde de Alvalade.

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Antes, num jogo que teve uma assistência abaixo do normal (facto a que não será alheio o dia e hora), os assobios começaram a ouvir-se a partir do empate do Famalicão e transformaram-se numa vaia monumental para Leonel Pontes, contestado até pelo próprio Vietto quando decidiu tirar o argentino, que estava a ser um dos melhores em campo, para lançar Jovane Cabral. Das bancadas, neste caso da zona normalmente afeta às claques verde e brancas, voltou a ouvir-se também a contestação ao presidente do clube, Frederico Varandas. Após o apito final, muitos lenços brancos e assobios em mais uma noite de horror.

“A equipa estava muito bem na primeira parte, que foi de grande qualidade e com boa dinâmica em função do que tínhamos vindo a trabalhar. Com o empate e a substituição perdemos fluidez e capacidade de ter bola. Acabámos por perder o jogo em duas ou três situações, foi o momento mais forte do Famalicão e não conseguimos dar a volta ao resultado”, comentou na zona de entrevistas rápidas da SportTV Leonel Pontes, técnico que mais tarde admitiria a falta de efeito da troca de Vietto por Jovane.

“Assobios? Tento concentrar-me no jogo, às vezes não é fácil abstrair-me e tentar tomar boas decisões. Houve um momento chave em que não conseguimos continuar com a boa exibição que vínhamos a fazer. O Vietto vinha de uma lesão, não teve muito tempo para progredir, o Jovane tem movimentos rápidos e era isso que queríamos para o jogo, mas a equipa não conseguiu ajustar-se à alteração e acabou por sair tudo ao contrário”, assumiu, antes de deixar também uma palavra para Coates.

“Às vezes é difícil de controlar, nem há palavras para descrever estas ações individuais. É difícil de explicar. São muitos erros que prejudicam a equipa e o clube. Isto tem de mudar. Não é possível um jogador ter tantos erros na sua vida e tanto azar. Há que fazer alguma coisa para estabilizar emocionalmente”, concluiu o técnico interino do Sporting.