A rapper portuense Capicua voltou a lançar uma canção nova. Depois do projeto Língua Franca, que a juntou a Valete e aos rappers e cantores brasileiros Emicida e Rael, Capicua aprofunda a ligação ao Brasil com um single novo feito com Karol Conka. “É a diva maior do rap brasileiro e esta foi a oportunidade perfeita para partilharmos um tema”, afirma a portuguesa, citada num comunicado enviado à imprensa.

É uma música em que falo de muitas mulheres fortes e icónicas que me inspiram pelo exemplo. Tem um beat de DJ Ride, com teclados do Luís Montenegro e do Sérgio Alves, todos cúmplices fiéis. É uma música cheia de poder, atitude e estrogénio, e é o primeiro single do álbum porque representa bem o seu espírito solar, positivo e dançável”, refere ainda a rapper.

O teledisco é um “videoclipe-colagem”, explica ainda Capicua, concebida por Clara Não e André Tentúgal, que “remete para o universo das fanzines Riot Grrrl, para as capas de cadernos das adolescentes, cheio de iconografia feminista, muito divertido e irónico, que consolida a velha relação entre a minha música e a ilustração e que vale muito a pena ver”.

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Este tema com Karol Conka é o cartão de visita do próximo álbum da rapper portuense, que começou a fazer música nos anos 2000 e que teve um grande momento de afirmação nacional em 2014, com a edição do álbum Sereia Louca. O disco terá como título Madrepérola — o mesmo nome desta primeira canção —, “numa clara alusão à maternidade, já que foi gravado e depois de uma gravidez e foi ele próprio um processo de longa gestação. Como um parto, é um disco de superação e renascimento”. E começará a ser apresentado ao vivo mesmo antes de ser editado, com um espetáculo de antestreia agendado para 17 de dezembro, no Teatro da Trindade, em Lisboa.

A música e a maternidade têm tanto de beleza e abnegação, como de desconforto e superação. Não é por acaso que a ideia de ‘criação’ serve para a arte e para os filhos e este disco fala de tudo isso”, aponta Capicua.

Há cerca de um ano, quando o Observador falou com Capicua em Barcelona, a rapper portuense tinha ainda o ano de 2019 como meta prevista para a edição do disco, de que já falava deste modo: “É um álbum muito solar, mais do que alguma vez fiz. Invejo muito a capacidade dos músicos brasileiros e africanos fazerem música alegre sem soar pateta e nós temos mais dificuldade. Queria fazer esse exercício agora, com ironia, falando também de coisas sérias, mas sendo algo mais solar e dançável. Terá mais participações do que o habitual e terá participações de brasileiros, com quem tenho contactado nos últimos tempos por causa de Língua Franca. Fui ao Brasil nos últimos meses e essa influência nota-se nas participações e na forma alegre de ser triste que eles têm”.

Língua Franca: o português a conquistar o mundo