O grupo alemão Rauschert está a investir cinco milhões de euros numa fábrica em Torres Vedras, perspetivando para meados de 2020 o início da sua construção e um ano depois o seu arranque, foi esta terça-feira anunciado. “Não conseguimos ampliar mais as instalações da unidade em Trajouce, no concelho de Cascais, e a forma de aumentar a capacidade de produção é com uma nova unidade”, justificou o administrador da Rauschert Portugal, Diamantino Dias, em declarações à agência Lusa.

O grupo está a investir cerca de cinco milhões de euros na zona industrial do Ameal em Torres Vedras, no distrito de Lisboa, com aquisição de terreno, construção da fábrica e aquisição de maquinaria. A empresa prevê começar a construção “durante o primeiro semestre de 2020” para vir a inaugurá-la um ano depois.

O investimento, financiado em 600 mil euros por fundos comunitários, vai criar até 30 novos postos de trabalho e aumentar em 50% a capacidade de produção da Rauchert Portugal. A pensar na exportação, “o objetivo com a nova unidade é chegar aos três milhões de euros de volume de vendas, o que significa aumentar em 50% o que já fazemos hoje”, adiantou o administrador.

Diamantino Dias explicou que a nova unidade “nasce da linha de tecnologia de Trajouce, mas o tipo de tecnologia e de mercados a abordar são distintos”, ao “elevar o grau de complexidade tecnológica”, apostando assim na inovação. Em Torres Vedras, a empresa prepara-se para, “nas próximas semanas”, submeter à câmara o projeto para licenciamento.

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Temos uma via rápida de análise de projetos das empresas e, após o trabalho de acompanhamento prévio pelos técnicos, o processo está bem encaminhado, vai ser rápido, e estão criadas as condições para licenciar o projeto”, disse o presidente da câmara, Carlos Bernardes, à Lusa.

A escolha da localização recaiu em Torres Vedras por “haver financiamento comunitário, determinadas infraestruturas, como o CENFIM, proximidade a Lisboa e ter tradição na cerâmica”, explicou Diamantino Dias. O administrador da Rauschert Portugal admitiu também que “a empresa tem sido bem recebida” pelo município, que “tem feito tudo rapidamente seguindo o acordado”.

A autarquia já deliberou isentar parcialmente a empresa do pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Através da Agência Investir, o município tem procurado “fixar novas empresas para criar mais riqueza e postos de trabalho no concelho”, explicou o autarca O investimento da Rauschert “contempla investigação e desenvolvimento” e “contribui para a diversidade de serviços prestados pelas empresas do concelho”, acrescentou.

A Rauschert Portugal possui um volume de negócios anual de seis milhões de euros e exporta 95% da sua produção, tendo como principais mercados a Espanha, a Itália, a Rússia e a Turquia. Na unidade de Trajouce, emprega uma centena de trabalhadores.

Além de Portugal, o grupo tem fábricas na Polónia, República Checa, Itália, índia e Alemanha, dedicando-se ao desenvolvimento e fabrico de peças cerâmicas para diversas aplicações técnicas e industriais, plásticos técnicos, engenharia de processo e tecnologia solar.