Estudos sobre corais e esponjas de profundidade, o berbigão da Ria de Aveiro e a lapa gigante das ilhas Selvagens foram distinguidos com um total de 150 mil euros pelo Fundo para a Conservação dos Oceanos, foi esta qurta-feira divulgado.
Este ano, o fundo privado para a conservação da biodiversidade marinha premiou os três melhores projetos de conservação sobre invertebrados marinhos.
O Fundo para a Conservação dos Oceanos foi lançado em 2017 pelo Oceanário de Lisboa e pela Fundação Oceano Azul, gerida pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos.
Um dos projetos premiados é o “DEEPbaseline”, que visa criar uma base de conhecimento sobre a diversidade e distribuição de corais e esponjas da plataforma continental portuguesa, a uma profundidade entre os 20 e os 750 metros.
Coordenado pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (Ciimar), em Matosinhos, o trabalho pretende envolver as comunidades científica e piscatória, bem como associações e gestores de pesca.
Com base no conhecimento reunido sobre estas espécies marinhas vulneráveis, serão promovidas “ações sustentáveis de conservação e gestão”, refere o fundo em comunicado.
O Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (Cesam) da Universidade de Aveiro, igualmente distinguido, vai avaliar o estado da população de berbigão na Ria de Aveiro, cuja apanha é a “principal fonte de rendimento para muitas famílias”, muito embora “a viabilidade da atividade, a longo prazo, poderá estar em causa” devido a “doenças emergentes, sobrepesca, gestão ineficiente e degradação das condições ambientais”.
O terceiro trabalho premiado visa estudar a genética da lapa gigante das ilhas Selvagens, na Madeira, “provavelmente um dos invertebrados marinhos mais ameaçados do Atlântico Nordeste” e que tem um “papel fundamental” no controlo do crescimento das algas.
Para efeitos de conservação da espécie, uma equipa de investigadores, sob coordenação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, pretende saber se a lapa gigante é uma espécie exclusiva das ilhas Selvagens ou é a mesma espécie que existe na ilha de Fuerteventura, nas Canárias, Espanha, onde está “praticamente extinta”.
Nas ilhas Selvagens, em particular na Selvagem Pequena, a lapa gigante “foi-se tornando rara devido à sua apanha para consumo”, realça o comunicado.