“O mundo está a ver”, avisou este sábado, no twitter, em inglês e Farsi, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de forma a alertar as autoridades iranianas que não vai aceitar a repressão violenta dos protestos, que juntou perto de um milhar de pessoas nas imediações da Universidade de Tecnologia Amir kabir, e noutros pontos de Teerão, a exigir a demissão do ayatollah Khamenei.
Durante a noite de sábado, relatos da BBC News, dão conta de os manifestantes, a maior parte estudantes, gritarem frases como “morte aos mentirosos” e “Comandante supremo, demita-se!” enquanto a polícia os tentava dispersar, por estarem a bloquear as estradas, com gás lacrimogéneo. A acompanhar os protestos nas ruas de Teerão, estava o embaixador britânico, Rob Macaire, que acabou detido durante mais de uma hora, “numa flagrante violação das leis internacionais”, segundo palavras de Dominic Raab, ministro dos Negócios Estrangeiros britânico.
Do outro lado do Atlântico, Donald Trump mostrava-se solidário com o “corajoso” e “sofredor” povo iraniano, com tweets em inglês e Farsi, ao mesmo tempo que ameaçava o sistema da República Islâmica que não ia tolerar “outro massacre de manifestantes pacíficos, nem o fecho da internet”.
To the brave, long-suffering people of Iran: I've stood with you since the beginning of my Presidency, and my Administration will continue to stand with you. We are following your protests closely, and are inspired by your courage.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 11, 2020
به مردم شجاع و رنج کشیده ایران: من از ابتدای دوره ریاست جمهوریم با شما ایستادهام و دولت من همچنان با شما خواهد ایستاد. ما اعتراضات شما را از نزدیک دنبال می کنیم. شجاعت شما الهام بخش است.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 11, 2020
A tensão na capital iraniana chegou com a admissão de culpa das autoridades de Teerão, que durante três dias negaram qualquer responsabilidade no desastre do Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines, que descolou de Teerão com destino a Kiev, e despenhou-se dois minutos depois com 167 passageiros e nove tripulantes à bordo. O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Al Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
Entre os manifestantes, a opção da República Islâmica de não ter proibido os voos comerciais nos últimos dias, quando se podia esperar um ataque norte-americano após a retaliação do Irão pelo assassínio do general Soleimani, explica “a raiva” que se vê agora nas ruas, como descreve a jornalista Dorsa Jabbari, da Al Jazeera. “Os iranianos exigem justiça e responsabilização. Muitas pessoas, incluindo familiares das vítimas, estão em choque. Não percebem porque é que o seu Governo lhes mentiu durante tanto tempo.”
O Presidente do Irão, Hassan Rohani, prometeu “levar à justiça” os responsáveis pelo abate, de forma inadvertida, do avião civil ucraniano com um míssil iraniano, uma promessa foi feita durante uma conversa telefónica com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.