Francisco Trincão estreou-se na equipa principal do Sp. Braga em dezembro de 2018, na fase de grupos da Taça da Liga. Cinco dias depois, fez o primeiro jogo na Primeira Liga. A estreia a marcar, porém, demorou um ano a aparecer: só no passado mês de dezembro, na fase de grupos da Liga Europa, é que o avançado português marcou o primeiro golo pelo Sp. Braga. Desde lá para cá, contudo, Trincão tem mostrado que só precisava de tornar o golo uma questão de hábito.

Luís Neto, o escritor que pegou na caneta mas deixou o novo capítulo a meio (a crónica do Sp. Braga-Sporting)

Com o golo que marcou este domingo ao Sporting, e que valeu ao Sp. Braga a oitava vitória consecutiva e a subida ao terceiro lugar da Liga, Trincão marcou pelo segundo jogo seguido (já tinha marcado ao Moreirense na jornada passada) e chegou aos quatro golos esta temporada: ou seja, aos quatro golos desde dezembro, altura em que se estreou a marcar. O avançado de 20 anos, que se tornou um dos destaques do mercado de inverno ao assinar pelo Barcelona, entrou já na segunda parte para o lugar de Sequeira e acabou por resolver a partida a favor dos minhotos.

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O golo da vitória surge para Trincão como o culminar de uma semana de sonho. O avançado internacional Sub-21 vai ser reforço do Barcelona na próxima temporada, custou 31 milhões aos catalães, vai ficar com uma cláusula de rescisão de 500 milhões de euros (só inferior às de Messi e Griezmann) e foi um dos negócios mais comentados da janela de transferências de janeiro. Este domingo, depois de ter sido considerado o Homem do Jogo, garantiu que será “sempre o mesmo a trabalhar”, mesmo sabendo de antemão que vai deixar o Sp. Braga no final da temporada.

“O golo foi muito bom, correu bem, ganhámos que era o mais importante. Sabíamos da dificuldade do jogo. Agora vamos já pensar no próximo jogo. Estamos focados jogo a jogo, fazer o nosso trabalho e ganhar. É consequência do que temos feito. Vou ser sempre o mesmo a trabalhar, a dar o meu melhor”, explicou Trincão, concluindo ainda que “não pensa” nos valores da transferência que o vai levar para Barcelona.

Já Luís Neto, central que foi titular na equipa do Sporting face ao castigo de Mathieu, mostrou-se muito descontente com a arbitragem de Jorge Sousa. “Preparámos uma estratégia para este jogo, acho que a cumprimos em boa parte do jogo. Tivemos momentos muito por cima do Sp. Braga. Mas fomos condicionadíssimos na primeira parte, saímos para o intervalo com seis amarelos. Uma coisa incrível! Um árbitro internacional, que diz nas reuniões do jogo que não vai apitar contactos, que vai ter paciência, mostra seis amarelos. Já não se pode falar com ninguém? É uma falta de respeito da equipa de arbitragem durante todo o jogo. O Coates fez uma falta aos três minutos e já estava a dizer que na próxima ia para a rua. Um capitão, isto é uma vergonha! Não pudemos fazer mais faltas na segunda parte. Num jogo desta importância, não pode vir apitar desta forma. As culpas que nós temos assumimos, agora está fácil muito bater no Sporting”, atirou o internacional português, numa ideia corroborada por Silas já na conferência de imprensa.

“Ao minuto 51, tive de trocar o Acuña porque tínhamos quatro dos cinco defesas amarelados e qualquer toque podia levar um dos nossos jogadores para a rua. Claro que isso condicionou, porque era um jogo difícil, de contacto, duelos. Não percebo os sete amarelos. Não fomos uma equipa violenta e não foi por aí que perdemos, mas condicionou as abordagens aos lances. Há que ter um pouco mais de bom senso num jogo onde, e o árbitro já sabia, as emoções iam estar ao rubro. Mostrar três amarelos por falar? Não faz sentido”, concluiu o treinador leonino. Com esta derrota, o Sporting fica a apenas duas de igualar o pior registo da própria história: leva 13 esta época, sendo que em 2000/01 e em 2012/13 perdeu 15 vezes em toda a temporada.