Foi desenvolvida uma nova tecnologia de produção de microalgas “em grande escala” por uma equipa de investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), da Universidade do Porto. A responsável revelou esta segunda-feira que pretendem tornar a produção da biomassa de microalgas mais eficiente através da tecnologia “Rotating Flat Plate Photobioreactor”.

Sabíamos dos desafios da indústria e foi nesse sentido que surgiu a ideia de desenvolvermos este novo sistema”, disse, em declarações à Lusa, Teresa Borges, investigadora do CIIMAR e docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Com base nas “limitações” inerentes à produção em grande escala destes seres microscópicos por parte da indústria, como a necessidade de grandes áreas de produção, os investigadores optaram por “induzir as microalgas a um processo biotecnológico”.

Para resolver essa problemática de uma forma que fosse mais sustentável, surgiu a ideia de cultivarmos as microalgas como um biofilme, uma espécie de película constituída por estes organismos”, explicou a investigadora, adiantando que esta tecnologia vem assim substituir o método de produção destes micro-organismos, atualmente cultivados em suspensão no meio nutritivo.

A tecnologia, constituída por várias placas de PVC rotativas, permite de igual forma que as microalgas estejam em contacto com o meio nutritivo, com a luz e com o dióxido de carbono. Este tipo de sistemas inovador acarreta “várias mais-valias”: é um meio com menos custos produção e de recolha de biomassa, que permite produzir num espaço mais pequeno e com a luz otimizada.

“Normalmente, para retirar as microalgas a indústria recorre a centrífugas industriais. Estes equipamentos trabalham bem, mas gastam imensa energia. A centrifugação é eficiente do ponto de vista de recolha, mas produz ‘stress’ que provoca perda de estrutura de microalgas (muitas rebentam) e também induz à alteração das suas propriedades, como a cor ou o teor em pigmentos”, referiu Teresa Borges.

Depois de desenvolvido e validado o sistema, os investigadores tencionam aperfeiçoar a “velocidade de rotação” das placas de PVC e a utilização de dióxido de carbono de forma a “tornar o processo mais competitivo”.

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