A família real espanhola apresentou ao mundo novos retratos oficiais. Ao todo, dez imagens foram divulgadas esta semana, entre as quais uma em que pela primeira vez a infanta Sofia posa sozinha. Letizia, que é fotografada em três vestidos Carolina Herrera, também se estreia numa foto oficial a usar a tiara Flor de Lis — criada em 1906, pertenceu a Vitória Eugénia e foi a joia que Sofia usou na última aparição pública como rainha consorte.
Podem os escândalos do pai Juan Carlos abalar o trono do filho Felipe?
Os novos retratos mostram o rei e a rainha juntos e separados, a usar trajes de gala, mas também roupa menos formal. A princesa Leonor, de 14 anos, e a infanta Sofia, de 12, surgem juntas e também separadas e há ainda um retrato de família — as imagens podem ser consultadas acima, na fotogaleria. As fotografias em causa vão substituir aquelas que atualmente estão exibidas em organizações, instituições e outros órgãos oficiais.
Vários sinais poderão ser transmitidos pelas imagens que agora são notícia na imprensa internacional. A Forbes, por exemplo, escreve que os retratos conseguem ser, ao mesmo tempo, sofisticados e austeros, e enviam uma mensagem clara de renovação numa casa real que, nos tempos mais recentes, tem sido assolada por escândalos atrás de escândalos, de que é exemplo máximo o caso de corrupção Nóos.
Cinco factos que talvez não saiba sobre Urdangarin e o caso Nóos
Para a publicação espanhola Preferente, a divulgação das fotografias oficiais coincide “com uma ofensiva” para alcançar uma maior projeção pública do rei e da sua família. Há algumas semanas, um dos jornalistas que mais trabalha os assuntos da Casa Real espanhola, Jaime Peñafiel, assegurava ao El Economista que, com este governo, “Felipe VI estaria pouco tempo no trono”. Questionado sobre o truque da coroa britânica para ultrapassar os sucessivos escândalos, respondeu que a família real funcionava “como uma atração turística”, tal qual o Big Ben, fazendo uma alusão à quantidade de souvenirs que existem no Reino Unido relativos aos membros da Casa Real britânica. Já a publicação australiana Now To Love descreve os reis de Espanha e as suas filhas como “a família mais glamorosa do mundo”.
Todos os retratos são da autoria de Estela Castro — fotógrafa particularmente conhecida por registar imagens pouco forçadas e com muita luz — e foram registadas no Palácio Real e no Palácio da Zarzuela. Ao El País, Estela Castro afirmou que “foi tudo muito fácil”. “Eles estão habituados a posar. Estavam descontraídos e a colaborar durante o tempo todo”, continuou. De Castro assegurou ainda que os reis são verdadeiros “profissionais” e “muito fotogénicos”. Admitiu estar satisfeita com o trabalho e também preparada para as críticas porque, adiantou, “não se pode agradar a todos”.
Ainda em entrevista, desta vez à Hola!, a fotógrafa contou que os reis conheciam o seu trabalho e foram eles a entrar em contacto com ela. Sobre a sessão fotográfica junto da realeza, disse que teve muita sorte porque lhe foi permitido trabalhar com muita liberdade, tendo sempre em conta alguns limites “porque nas fotografias institucionais é preciso priorizar os rostos e não pode haver muito espaço vazio”. “Mas pude fazer o que queria”, continuou, acrescentando que selecionou a luz, o fundo, o espaço e as cores. “Tive de ir várias vezes ao palácio ver os vários elementos”.
Os reis foram anteriormente fotografados por Cristina García Rodero, pelos 40 anos de Letizia, em 2012, e por Gorka Lejarcegi em 2014, aquando da entronização do rei Felipe. Antes, em 2010, Letizia e Felipe foram retratados em estúdio pelo fotógrafo Dany Virgili, na altura enquanto Príncipes das Astúrias — nas fotos surgiram juntos e sozinhos, como se pode ver acima.