Foi campeão nacional de iniciados (Sub-15), foi bicampeão nacional de juvenis (Sub-17), foi campeão nacional de juniores (Sub-19), chegou a capitão da equipa principal – onde nunca ganhou qualquer título. Hoje com 31 anos, Daniel Carriço continua a ser apresentado na Academia do Sporting, em Alcochete, como grande referência do clube a nível de formação, valores e exemplo para os restantes, algo sempre muito elogiado também na própria Federação Portuguesa de Futebol, que o tornou capitão em todos os escalões. Em 2013, sem lugar em Alvalade, rumou ao estrangeiro onde ganhou os troféus como sénior que lhe faltavam. E não vai ficar por aí.
Depois de ter começado no Estoril, o central (algumas vezes utilizado como médio defensivo) fez toda a formação nos leões, esteve emprestado depois ao Olhanenses e ao AEL Limassol do Chipre, regressou ao Sporting e, após ter perdido o lugar, foi vendido aos ingleses do Reading no início de 2013. Seis meses depois, Carriço chegou à Liga espanhola via Sevilha, primeiro como emprestado e a partir de 2014 a título definitivo (por 1,8 milhões), onde ficou até fevereiro de 2020, tendo conquistado três Ligas Europa entre outras finais nacionais e internacionais.
“Se calhar, ser central foi uma escolha errada. Os avançados é que ganham dinheiro”
Esta quinta-feira, o conjunto da Andaluzia anunciou a saída do internacional português (como jogador do Sevilha, num encontro particular frente à Itália na Suíça em 2014/15) para os chineses do Wuhan, com um vídeo nas redes sociais de agradecimento ao também antigo capitão com o título “Obrigado, Comandante”. Nicolás Pareja, central e antigo companheiro de Carriço no Sevilha, foi um dos primeiros a reagir: “Foi uma honra lutar ao teu lado irmão! O melhor para esta nova etapa! Obrigado por tudo o que deste a este clube!”.
???????????? Obrigado, Comandante. ????????#WeareSevilla pic.twitter.com/HW838G5nke
— Sevilla Fútbol Club (@SevillaFC) February 20, 2020
Daniel Carriço, que estava em final de contrato e chegou a ser sondado por responsáveis leoninos a propósito de um possível regresso a Alvalade, junta-se assim ao conjunto comandado por José González, espanhol de 53 anos que passou antes por Cádiz, Albacete, Murcia, Córdoba, Granada e Málaga. Em termos de estrangeiros, o Wuhan Zall, sexto classificado na última Liga chinesa que foi ganha pelo Guangzhou Evergrande (depois de Vítor Pereira ter conseguido quebrar a sua hegemonia em 2018 pelo Shanghai SIPG), conta nesta altura com os brasileiros Léo Baptistão e Rafael Silva, além do marfinense Jean Kouassi (todos avançados).
Coronavírus não trava transferência de Daniel Carriço para a China
De acrescentar que o Wuhan Zall encontra-se nesta altura a estagiar precisamente em Sotogrande, uma vila na região da Andaluzia perto de Cádiz, desde o final de janeiro, o que na altura provocou grande alarido por se tratar da equipa da cidade que esteve no epicentro do coronavírus. Ainda não existe nem data de regresso ao país nem para o arranque da Liga, entretanto adiada devido ao surto que já provocou mais de 2.000 mortes.