O Tribunal Judicial de Lisboa declarou no passado dia 20 de fevereiro a prescrição de um dos processos que ainda estão pendentes contra João Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica entre 1997 e 2000. De acordo com a notícia avançada pela TVI, os juízes de direito daquele tribunal entenderam que os autos devem ser encerrados definitivamente por já terem passado mais de 20 anos da prática dos alegados crimes praticados por Vale e Azevedo.
Estavam em causa crimes de peculato e falsificação de documento relacionados com o desvio de cerca de 1,2 milhões de euros dos cofres do Benfica por parte de João Vale e Azevedo. Os fundos diziam respeito a receitas provenientes dos direitos de transmissão de jogos europeus do clube da Luz entre 1998 e 1999, tendo o ex-líder benfiquista acordado com a empresa Global Sports Net o alegado desvio das verbas.
Vale e Azevedo vive em Londres depois de ter cumprido pena de prisão por uma sentença de 11 anos e meio fixada em cúmulo jurídico pelas condenações nos processos Ovchinnikov e Euroárea — dois casos em que também terá desviados fundos do Benfica, tendo sido condenado por peculato e falsificação de documento — e nos casos Dantas da Cunha e Ribafria, nos quais foi condenado por crimes de burla, entre outros ilícitos de natureza económica e financeira.
Vale e Azevedo cumpriu uma pena de três e sete meses de prisão ao abrigo da extradição para Portugal, depois de ter sido detido em Inglaterra em 2012. Foi libertado condicionalmente em junho de 2016, ficando obrigado a apresentações periódicas e proibido de ausentar-se do país. Fugiu para Londres em setembro de 2018 pouco antes de ser emitido novo mandato de condução ao estabelecimento prisional para cumprir pena por outra condenação de 10 anos de prisão, tendo o Ministério Público voltado a requerer a sua extradição.
O cumprimento da pena que está pendente está novamente relacionada com o desvio de fundos dos cofres do Benfica. Desta vez, estão em causa cerca de 4 milhões de euros relativos a transferências de jogadores do Benfica. A TVI assegura que este processo deverá igualmente prescrever, pois também já passaram 20 anos da prática dos factos.