O artista plástico Henrique Ruivo, que trabalhou sobretudo em escultura, pintura e artes gráficas, morreu na quarta-feira aos 84 anos em Lisboa, disse esta quinta-feira à Lusa fonte da família.
Nascido em Borba em 1935, Henrique Ruivo estudou Medicina em Lisboa, mas abandonou o curso para estudar Escultura. Nos anos 1960 mudou-se para Roma, só regressando a Portugal depois da revolução de abril de 1974.
Ruivo expôs pela primeira vez a solo em 1965 na Galeria Latina, em Estocolmo, seguindo-se exposições individuais nos anos seguintes em Lisboa, Porto, Funchal, Tavira, mas também em Itália e no México.
Segundo a família, além da prática da escultura e pintura, Henrique Ruivo trabalhou em artes gráficas para livros e revistas, colaborando, por exemplo, com a editora Bertrand e com a revista Seara Nova. O artista fez cenografia para teatro e cinema e foi professor no ensino secundário.
A obra de Henrique Ruivo está representada em coleções privadas e públicas e integra, nomeadamente, o Museu Calouste Gulbenkian e o Centro de Arte Manuel de Brito.
A exposição mais recente de Henrique Ruivo aconteceu em 2015 em Lisboa e em Vila Nova da Barquinha, através da Fundação EDP, com curadoria de João Pinharanda.
A propósito da exposição, o curador referiu que Henrique Ruivo tem “um trabalho invulgar no contexto nacional, marcado por uma dominante vontade narrativa onde impera o humor, o confessionalismo irónico e o comentário crítico ao meio artístico, social e político”.
De acordo com a família, estava já previsto que esta mesma exposição, com colagens e peças tridimensionais, inaugurasse a 7 de março na Casa da Cultura de Setúbal.
O funeral do artista plástico realiza-se no sábado em Lisboa, com o velório a decorrer a partir das 17h30 de sexta-feira, no Centro Funerário Santa Joana Princesa.