Quase quatro meses e 35 sessões depois, os arredores do Tribunal de Monsanto tiveram um aparato semelhante ao que se registou a 18 de novembro, altura em que teve início o julgamento do caso de Alcochete. E tudo porque, recuando a esse dia, onde Bruno Jacinto foi o único a querer prestar logo declarações, todos os arguidos ficaram dispensados de comparecer desde que provassem de forma devida que estavam a trabalhar e/ou estudar – o que reduziu o número de presenças habituais para metade ou menos. Diferenças, apenas três: apesar de tudo, um menor número de câmaras e jornalistas; a ausência de Fernando Mendes, antigo líder da Juventude Leonina que se encontra em tratamentos por causa de uma leucemia; e a entrada de Nuno Mendes, atual número 1 da principal claque leonina, não estando sujeito à medida de coação que tinha de prisão preventiva.

Por isso, no café perto do Tribunal ou no caminho para o terceiro bloco onde se sentam jornalistas e público em geral, era bem audível o maior ruído fruto da presença de 42 arguidos, que passaram a 43 cerca de 15 minutos depois com a chegada de Nuno Torres (conhecido por ser o proprietário do BMW azul que entrou na Academia depois do ataque). Por isso, e enquanto a oficial organizava a entrada dos arguidos por ordem e número constantes no processo, o que fez com que Bruno Jacinto se sentasse ao lado de Nuno Mendes já no lado direito do segundo bloco e Bruno de Carvalho, o arguido 44, umas filas mais à frente logo atrás de Elton Camará (mais conhecido por Aleluia), único ainda em prisão preventiva depois de ter violado a medida de prisão domiciliária, a juíza Sílvia Pires deixou uma curta mensagem antes do início das alegações do Ministério Público.

– Pedia que não falassem hoje, que fizessem silêncio absoluto.

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