O empresário Humberto Pedrosa, que detém 50% do consórcio Atlantic Gateway (acionista privado da TAP), considera que renacionalizar a TAP “seria dar um passo atrás”, mesmo quando confrontado com prejuízos de 105,6 milhões de euros em 2019 e uma crise que o próprio admite não saber quanto tempo vai demorar e que consequências poderá trazer para a transportadora aérea portuguesa. A ajuda ao Governo já está pedida, só não diz em que moldes.

Do empréstimo de mais de 200 milhões com aval do Estado até à nacionalização. As soluções para a TAP resistir à maior crise

Em entrevista ao Jornal Económico, o homem que é também dono da maior transportadora portuguesa, a Barraqueiro, refere que neste momento “há necessidade de financiamento no curto prazo. E há necessidade de uma ajuda e essa ajuda tem de vir do Estado, como tem acontecido com as outras empresas de aviação, em que os Estados têm-se manifestado com disponibilidade para ajudar”. Na sequência da crise provocada pelo novo coronavírus, a transportadora aérea passou a ter 90% dos seus trabalhadores em lay-off e os aviões quase parados.

Um “tsunami”, diz Humberto Pedrosa na entrevista, que “veio dar cabo das projeções de todas as empresas”. Mas nem por isso defende que a empresa volte a ser detida, na sua totalidade, pelo Estado, já que “o contributo dos acionistas privados na TAP tem sido muito positivo”. Garante que a empresa “tem dinheiro em caixa”e que em comparação com outrs companhias de aviação da Europa “mantêm uma situação de caixa satisfatória”, mas não tendo receitas, “vai precisar de reforço de capitais”.

A empresa já pediu ajuda ao Estado, mas o parceiro de David Neelman no consórcio que detém parte da TAP não quer revelar detalhes do que está a ser preparado. O Observador avançou esta semana com uma das hipóteses em cima da mesa como solução para o curto prazo: um empréstimo com aval do Estado de 200 a 300 milhões de euros.

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