O que é que há em Portugal que não há noutros países? Foi com esta pergunta que Fatima Durkee e Astrid Suzano se meteram no carro e começaram a percorrer o território nacional. Na altura, em 2015, a ideia era desenvolver um projeto de residências para artistas estrangeiros que quisessem trabalhar com a cultura local, dos materiais aos edifícios. “Através dos materiais entrámos no mundo dos artesãos e ficámos fascinadas com a diversidade de técnicas que encontrámos. Nos Estados Unidos viajamos sete horas e é tudo igual, aqui viajamos sete horas e é tudo diferente”, diz Fatima, que acabou mesmo por trocar Nova Iorque por Lisboa.

Cestaria, cerâmica, cortiça, bordado, vidro, madeira, tapeçaria, tecelagem. A ideia das residências não andou para a frente, mas as duas arquitetas perceberam que tinham outra mais aliciante em mãos: “criar uma base de dados dos artesãos que estão a trabalhar com técnicas tradicionais portuguesas”, diz Astrid, e disponibilizá-la na internet, para designers e outros interessados. Essa ideia também acabaria por sofrer alterações, o que leva a dupla a afirmar: “Íamos só fazer uma base de dados, acabámos com um projeto social.”

Os nomes parecem trocados, mas Astrid é portuguesa (nascida em Paris) e Fatima é norte-americana (nascida na Arábia Saudita). Conheceram-se em Nova Iorque e partilham a formação em arquitetura. Astrid tem 38 e Fatima 39 anos. © Jenna Duffy

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