O total investido em imóveis nas Áreas de Reabilitação Urbana da Baixa e Centro Histórico do Porto foi de 103,2 milhões de euros no 2º semestre de 2019, diminuindo 27% face ao 1º semestre, anunciou esta quinta-feira a Confidencial Imobiliário.
Estes dados foram apurados no âmbito do SIR-Reabilitação Urbana, sistema estatístico gerido pela Confidencial Imobiliário que cobre o território delimitado pelas nove Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) em vigor na cidade do Porto.
O montante investido em imobiliário nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) da Baixa e Centro Histórico do Porto, os principais destinos do investimento imobiliário na cidade, atingiu os 103,2 milhões no 2º semestre de 2019, recuando 27% face ao 1º semestre do ano, quando foram transacionados Euro141,7 milhões de euros”, lê-se num comunicado da Confidencial Imobiliário.
“Esta travagem no investimento dá-se no período em que entrou em discussão o regime de Alojamento Local para a cidade, suspendendo o registo de novos alojamentos, e que afetou, sobretudo, estas duas ARU [Baixa e Centro Histórico]”, comenta Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, salientando a “forte correlação” do mercado imobiliário com aquele tipo de uso em territórios de forte vocação turística.
O diretor da Confidencial Imobiliária diz não estar surpreendido com a descida do montante investido no imobiliário no Porto, referindo que medidas como a suspensão do registo de novos alojamentos têm um “efeito imediato na atração de investimento”.
A Câmara do Porto tem, por seu turno, intenções de anular a suspensão de autorização de novos registos de alojamento local nas áreas de contenção que estava em vigor desde julho de 2019 e que havia sido prorrogada em janeiro “por mais seis meses”.
Na proposta, a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso e que vai ser discutida na reunião do executivo municipal da próxima segunda-feira, a maioria justifica a decisão com as alterações das circunstâncias causada pela crise pandémica.
“Em várias cidades do país, da qual o Porto não é exceção, estão a ser canceladas compulsiva e massivamente as reservas feitas nos Estabelecimentos Turísticos (Hotéis, Hostels e Alojamentos Locais), tendo a grande maioria das unidades hoteleiras encerrado e entrado em lay-off total ou parcial”, assinala a autarquia, acrescentando que muitos destes estabelecimentos estão a disponibilizar quartos para profissionais de saúde.
Para a maioria liderada por Rui Moreira, a realidade social, económica e turística alterou-se profundamente, não sendo possível, por esta razão, “perceber inteiramente como irão mercado e operadores turísticos comportar-se no futuro próximo”.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, morreram 785 pessoas das 21.982 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.