O presidente executivo da Partex, António Costa Silva, vai trabalhar com o Governo, sim, como avançou o Expresso, mas como uma “espécie” conselheiro especial. Mas, segundo Marques Mendes, não será ele a negociar com os partidos o Plano de Recuperação Económica a apresentar em Bruxelas, nem Costa Silva vai coordenar os ministros ou, até, dirigi-los e ser um “paraministro”, como disse Catarina Martins, do Bloco de Esquerda. Vai, segundo avança o comentador da SIC esta noite de domingo, assessorar o primeiro-ministro António Costa.

Marques Mendes diz que fez contactos com o Governo para perceber qual seria o papel de António Costa Silva e, não sendo um paraministro nem um negociador direto com os partidos, a escolha pode mesmo ser positiva.

“É independente, o que acho que aqui é positivo”, diz Marques Mendes, que considera que este pode ser um sinal para os partidos por mostrar que pode englobar todas as contribuições.

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Outro dos nomes que se falou durante este fim de semana foi o do sucessor do ministro das Finanças, Mário Centeno. As apostas para a sua substituição, que se especula ser já em meados de junho, estão todas no ministro  Siza Vieira, que tem agora nas mãos a pasta da Economia. Mas, pelo menos segundo acredita Marques Mendes, “Centeno sairá, sim, mas o seu sucessor será uma pessoa mais discreta e previsível”, e não Siza Vieira.

Para que serviu a nacionalização de parte da TAP se o Governo não manda?

“Nem vai haver nacionalização nem vai haver falência da TAP”, garante Marques Mendes. O futuro da TAP pode passar, a curto prazo, por um empréstimo público, ou por um empréstimo particular dos acionistas com garantia do Estado, no valor de mais de mil milhões de euros. O empréstimo terá a condição de poder ser convertido em capital, caso não seja reembolsado, avançou também o comentador da SIC.

Apesar do crédito, no entanto, o Estado não integrará a Comissão Executiva, mas os poderes do Conselho de Administração serão reforçados. Marques Mendes não explicou como, mas aproveitou, antes, para lançar uma farpa ao Governo lembrando que a reversão da privatização da TAP, feita no primeiro governo de António Costa, de nada serviu. “Para que serviu a reversão da privatização no primeiro governo de António Costa?”, interrogou. Na altura foi dito que era para assegurar os 50%, “mas não serviu para nada porque o estado não manda e não tem um único elemento na comissão executiva”. “Não percebo para que serviu aquele apoio”, disse.

“Meter dinheiro na TAP é urgente e já vai um pouco tarde demais. Quase todos os governos europeus já decidiram”, disse. “Espero que resolvam rapidamente”, acabou por avisar.

A absolvição de Bruno de Carvalho e um MP mais “cuidadoso”

Marques Mendes aproveitou também para mandar um recado ao Ministério Público. A absolvição do ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, acusado dos crimes praticados na academia do Sporting, em Alcochete, lembrou o comentador, soma-se assim a duas outras derrotas do Ministério Público: no caso Vistos Gold e no caso do Benfica/Paulo Gonçalves (assessor jurídico do clube).

“Não chega fazer as acusações e divulgá-las bem. É preciso apresentar provas”, considerou.

Por outro lado deixou um elogio à Justiça: o processo de Alcochete ficou resolvido em dois anos, desde o dia em que aconteceu em maio de 2018 até à decisão de primeira instância, em maio de 2020.

A aplicação que permite prevenir a Covid-19 poderá estar pronta em junho

A aplicação que está a ser desenvolvida pelo INESC TEC, que será gratuita e voluntária e que garantirá o anonimato e a privacidade dos dados, poderá estar pronta em junho. Segundo Marques Mendes, está neste momento a ser testada por um grupo de cem pessoas e já foi apresentada à Comissão Nacional de Proteção de Dados, à Comissão Nacional de Cibersegurança e à ministra da Saúde.

A aplicação, “Stayaway”, tem acordo com a Google e com a Apple, funciona mesmo sem Bluetooth e poderá ser muito útil agora que os casos em Lisboa dispararam. Marques Mendes também falou, aliás, nos casos na capital. “Acho que há um problema sério em Lisboa”, disse, trazendo mesmo um gráfico onde mostra que 80% (2923) dos novos casos nas últimas duas semanas foram registados nos concelhos do distrito de Lisboa. O que poderá ser fruto das medidas de desconfinamento, segundo diz.

Cedia os dados do seu telemóvel para a DGS localizar possíveis infetados?

O comentador lembra que a par das medidas e dos comportamentos das pessoas, também deve haver fiscalização. Por outro lado há medidas que diz ter dificuldades em compreender como a dos os profissionais do pré-escolar (que reabre esta segunda-feira) que não serão testados.