“Tudo depende de como estará o pé, em função disso veremos que caminho irei tomar. Gostaria de dar a mim mesmo a oportunidade de jogar mais um ano”, dizia o espanhol Pau Gasol esta segunda-feira, em declarações à Marca a propósito do 40.º aniversário. Neste caso, a pandemia não é propriamente uma razão para não estar a jogar, aquilo que mais gosta de fazer e aquilo que ao mesmo tempo não faz há 16 meses. No entanto, o guerreiro que foi duas vezes campeão na NBA e três vezes medalhado olímpico parece ter uma missão. E não desiste.

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Como ressalva o jornal espanhol, o poste é uma pessoa “resolvida”. Resolvida e um exemplo não só no desporto nacional e mundial mas também na própria sociedade, pelo papel que de forma natural quis interpretar ao longo das últimas duas décadas. Recentemente, fez o primeiro o Campus de Basquetebol virtual, mais um projeto entre outros durante a pandemia como a parceria com Rafa Nadal para ajudar os mais afetados pela pandemia e outro, com o irmão Marc através da sua Fundação, que visava propiciar hábitos de vida saudável. Em paralelo com tudo isso, foi continuando a recuperar da lesão no pé esquerdo, que o levou mesmo a ser operado, tendo ganho outro timing para poder fazer esse caminho com o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

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Um dos objetivos de Pau Gasol, o mais velho de três irmãos de uma mãe médica e um pai enfermeiro que tinha o sonho de também ele seguir uma carreira na medicina (chegando mesmo a frequentar o primeiro ano da faculdade, antes de a alta competição e a possibilidade de rumar aos EUA congelarem esse objetivo), é poder ainda participar em mais uns Jogos, em busca do ambicionado ouro depois das pratas em 2008 e 2012 e do bronze em 2016. Quer também fazer mais uma época na NBA, de preferência numa antiga equipa: os Los Angeles Lakers, onde ganhou os dois títulos na carreira ao pé de um dos amigos mais próximos que o desporto lhe trouxe, Kobe Bryant.

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Mesmo depois de ter saído da Califórnia após seis anos ao lado do antigo basquetebolista falecido no início do ano, quando rumou aos Chicago Bulls em 2014, a ligação não se perdeu e ainda hoje Pau Gasol estudava com Kobe um projeto social ligado ao desporto. A morte do amigo deixou-o devastado mas o espanhol nunca deixou de estar em contacto com uma família de quem era também próximo e foi por isso que esta segunda-feira, dia em que cumpria o 40.º aniversário, o poste foi a casa do antigo segundo base para brincar com as filhas do número 24, Natalia, Bianka Bella e Capri, a mais nova. “Feliz 40 anos tio Pau. As mulheres Bryant gostam muito de ti. Sei que Kobe iria dizer: ‘Feliz 40 anos, Pablo. Adoro-te'”, escreveu no Instagram Vanessa, mulher do malogrado jogador.

Esta não é a primeira vez que Pau Gasol tem este tipo de gestos com a família da antiga estrela dos Lakers, numa ligação forte que o espanhol faz questão de manter: no aniversário do casamento de Kobe, em maio, o poste e a mulher, Catherine McDonnell, enviaram um ramo de flores a Vanessa; no aniversário de Gianna, a filha que faria 14 anos e que morreu também na queda do helicóptero, assinalou a data com um bolo e a promoção de pulseiras vermelhas que recordam a também jovem jogadora. “Estava a ir para casa, em Barcelona. A minha esposa começou a dizer-me que o Kobe Bryant tinha morrido. Não entendia o que se estava a passar. A minha cara ficou branca, fiquei sem palavras. Depois, cheguei a casa e comecei a chorar. Precisava de estar próximo da sua família, de estar mais disponível. A sua perda é brutal. O Kobe era como um irmão mais velho para mim. Podia ser sempre pedir-lhe conselhos e ele dava-me uma opinião sincera”, recordou após a morte do amigo, no final de janeiro.