A EDP anunciou esta quarta-feira que vai fazer um aumento de capital de mil milhões de euros para financiar a compra da empresa energética espanhola Viesgo, num negócio avaliado em 2,7 mil milhões de euros.
Num comunicado enviado à CMVM, a EDP confirma que vai investir diretamente na compra da empresa espanhola um total de 900 milhões de euros, ao mesmo tempo que vai assumir também a dívida da Viesgo, no valor de 1,1 mil milhões. Os restantes 700 milhões de euros vêm do estrangeiro e vão ser investidos pelo fundo MIRA, com o qual a EDP chegou esta semana a um acordo.
A empresa portuguesa vai adquirir a totalidade da Viesgo, ficando com direito a representação maioritária no conselho de administração e também com a possibilidade de nomear o presidente do conselho de administração, o presidente executivo e o responsável financeiro.
A EDP destaca sobretudo a aquisição da totalidade do negócio de energias renováveis da Viesgo (através da EDP Renováveis), que consiste em 24 parques eólicos e duas centrais mini-hídricas em Espanha e em Portugal.
Para financiar parcialmente este negócio, a EDP vai fazer um aumento de capital de 1.020 milhões de euros, lançando para o mercado novas ações no valor de 3,30 euros cada.
A Viesgo é o quarto maior distribuidor de eletricidade de Espanha, atuando essencialmente na região norte do país, onde possui uma rede de distribuição de eletricidade com mais de 31 mil quilómetros.
Divulgação dos resultados do 2.º trimestre adiada para 3 de setembro
A EDP adiou mais de um mês a data de divulgação dos resultados do grupo relativos ao segundo trimestre deste ano, para 3 de setembro, foi esta quarta-feira comunicado ao mercado.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP informa que, “em complemento da comunicação ao mercado efetuada no passado dia 26 de dezembro de 2019, informa sobre a atualização das datas dos seguintes eventos societários de 2020: resultados do 2.º trimestre de 2020”.
Em vez de serem divulgados em 30 de julho, como havia sido anunciado, os resultados passam a ser anunciados em 3 de setembro, sem especificar os motivos que levaram a esta recalendarização.
Na semana passada, o presidente executivo da EDP, António Mexia, e o presidente da EDP Renováveis, Manso Neto, foram suspensos de funções como medida de coação decidida pelo juiz Carlos Alexandre no caso EDP. Entretanto, já esta semana a energética foi constituída arguida, no âmbito do caso que envolve o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.