Primeiro foi Rui Gomes da Silva, antigo vice-presidente do Benfica que saiu dos órgãos sociais do clube na última reeleição de Luís Filipe Vieira. Depois, Bruno Costa Carvalho, candidato derrotado no sufrágio de 2009 (que teve menos votos na sua lista do que o total de brancos e nulos) que, após a alteração dos estatutos, deverá ver a sua lista rejeitada por Virgílio Duque Vieira, presidente da Mesa da Assembleia Geral desde a saída de Luís Nazaré, por não cumprir os requisitos do número mínimo de anos de filiação. A seguir, o próprio Luís Filipe Vieira, depois de uma reflexão que quis fazer após a derrota das águias na Madeira. Agora, João Noronha Lopes.

Antigo alto quadro da multinacional McDonald’s, o gestor e também ele antigo dirigente de 53 anos irá fazer a apresentação oficial como candidato às eleições esta quinta-feira, às 17h, segundo avança o Expresso. “A Glória é Agora” será o lema da nova lista que se irá revelar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Antes, Noronha Lopes foi vice de Manuel Vilarinho, na Direção que antecedeu a entrada na liderança de Vieira, em 2003.

O nome surgiu pela primeira num grupo de sócios do Benfica que se juntou para ir discutindo o futuro do clube e a necessidade de uma mudança de paradigma em relação ao que se estava a passar. Pedro Norton, Vasco Mendonça ou Pedro Adão e Silva foram alguns desses associados, sendo que essas conversas foram depois ganhando outras ramificações à parte para aumentar o leque de pessoas abrangidas e que foram partilhando a sua sensibilidade. Além de Noronha Lopes, também Bagão Félix foi sondado para uma possível candidatura (como em sufrágios anterioes), sendo que o economista de 72 anos, que foi ministro das Finanças e ministro da Segurança Social e do Trabalho, nunca se mostrou disponível a encabeçar um movimento tendo em vista as eleições dos encarnados.

Certo é que, com mais ou menos nomes, é notório nos grupos, nos fóruns e nas redes sociais ligadas ao Benfica de forma oficiosa e apenas para discutir o clube o ambiente pré-eleitoral. Um exemplo prático, a propósito da chegada de Jorge Jesus a Portugal: enquanto uns puxavam pelo currículo do técnico, pelo que ganhou na Luz e pela receção que teve na chegada a Tires, outros recordavam a forma como saiu para Alvalade em 2015, a viragem de projeto desportivo e diziam ainda que a receção ao treinador não teve nada de espontâneo. Uma coisa parece certa – antes de a bola começar a rolar, o antigo técnico do Flamengo, que ganhou um total de dez títulos na Luz e foi ainda a duas finais europeias perdidas com Chelsea e Sevilha, não chega como uma figura unânime.

De recordar que, esta terça-feira, o comentador Rui Santos, no programa “Tempo Extra” da SIC Notícias, tinha também avançado com um outro movimento que conta com os nomes de Manuel Brito, João Braz Frade (antigo dirigente que já tinha também sido falado como um putativo candidato em junho), Carlos Nogueira e José Graça Bau que, estando a tentar encontrar condições para avançar também com uma lista, irá pedir uma reunião a Luís Filipe Vieira para perceberem a situação atual dos encarnados e, a partir daí, poderem ou não seguir esse caminho. Certo é que, seja pela contratação de Jorge Jesus, seja pelo avanço de João Noronha Lopes, é muito provável que o xadrez eleitoral ganhe outros contornos a partir desta fase, podendo alguns nomes já ventilados caírem.

De recordar que, desde que chegou à presidência do clube da Luz, Luís Filipe Vieira nunca teve mais do que um adversário, algo que apenas aconteceu na eleição de 2003 onde ganhou com 90,47% contra Jaime Antunes (7,32%) e Guerra Madaleno (0,7%). Em 2006 o número 1 dos encarnados concorreu sozinho, em 2009 venceu Bruno Costa Carvalho com 91,47% (sendo que o adversário teve menos votos na sua lista do que houve em brancos e nulos), em 2012 derrotou Rui Rangel com 83,02% e em 2016 foi de novo sozinho às urnas recolhendo 95,52%.

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