A startup portuguesa Talkdesk angariou uma terceira ronda de investimento (série C) no valor de 143 milhões de dólares (123 milhões de euros), que a avalia em 3 mil milhões de euros, de acordo com a agência Bloomberg. A operação de financiamento contou com os já investidores Viking Global Investors e a Threshold Ventures e com a participação de novos nomes: Franklin Templeton, Willoughby Capital, Skip Capital, Lead Edge Capital e Top Tier Capital Partners.

Fundada em 2011 por Tiago Paiva e Cristina Fonseca, a Talkdesk passou a ser considerada um unicórnio (empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares) em outubro de 2018, depois de fechar uma ronda de investimento série B no valor de 100 milhões de dólares, que a avaliou em 1,2 mil milhões. Essa operação foi liderada pelos  nova-iorquinos da Viking Global, tendo contado também com a participação da capital de risco californiana DFJ.

A Talkdesk vale mil milhões de euros. É o terceiro “unicórnio” com ADN português

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À agência financeira Bloomberg, o presidente executivo Tiago Paiva afirmou que “o objetivo é continuar a investir em investigação e desenvolvimento, e a expandir a base de dados de clientes [das empresas que pertencem à] Fortune 1000”. De acordo com a mesma publicação, a startup que atua na área dos contact centers está com um “crescimento acelerado e as receitas do trimestre que acabou a 30 de abril duplicam as obtidas um ano antes”.

Questionado pela Bloomberg sobre um eventual IPO [processo de admissão da empresa em bolsa], Tiago Paiva respondeu que “talvez esteja nos planos [da empresa] num futuro próximo”, mas não teceu mais nenhum comentário ou avançou com datas para o efeito. O presidente executivo disse ainda que a empresa está a “contratar agressivamente”, que conta com cerca de 1.100 funcionários e mais de 1.800 clientes.

O Observador contactou a Talkdesk para obter mais informação sobre a ronda de investimento, mas até às 19h25 desta quinta-feira a empresa ainda não tinha prestado mais esclarecimentos.

Na quarta-feira, o Expresso avançou que a startup está com um processo em tribunal, movido pela empresa gestora de imóveis Páginas Salgadas. Em causa está um diferendo relativo ao escritório da empresa nas Amoreiras (Lisboa), que pode custar ao unicórnio uma indemnização de 1,56 milhões de euros. Ao Observador, fonte da Talkdesk afirmou que “o tema está entregue ao nosso Departamento Jurídico”.

Unicórnio Talkdesk com processo em tribunal devido a escritório de Lisboa

A Talkdesk foi fundada por Tiago Paiva e Cristina Fonseca (que entretanto saiu das operações da empresa) em 2011 e atua na área dos contact centers. Com sede em São Francisco, no EUA, a empresa tem também cinco escritórios em Portugal, sendo que em março revelou a abertura do último, em Oeiras, para o qual pretendia contratar cerca de 100 pessoas até ao final do ano. Em Coimbra e Aveiro, a startup tem também os laboratórios TDX, dedicados a explorar tecnologias emergentes.

No início de junho, fonte da Talkdesk admitia ao Observador que a pandemia também estava a ter impacto no seu negócio, mas que se tinha adaptado à nova realidade rapidamente. “É um fenómeno de impacto mundial e a Talkdesk não é imune aos acontecimentos. De qualquer forma, como fornecedor de soluções na cloud, a nossa adaptação rápida ao trabalho remoto foi natural e, como resultado, continuamos a crescer”, referiu fonte da empresa, sublinhando que não estavam a reduzir a equipa devido à pandemia de Covid-19.