A auditoria à gestão de 18 anos do antigo BES e do Novo Banco ainda não tem uma versão final, nem uma data para a sua disponibilização. A um dia do fim do prazo final dado pelo Governo, 31 de julho, o Ministério das Finanças foi informado que esta sexta-feira serão apresentadas as conclusões preliminares pela Deloitte ao comité de acompanhamento operacional. Estas conclusões referem-se a apenas um “conjunto de secções integrantes do relatório de auditoria para efeitos do exercício de contraditório pela entidade auditada e solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais por parte do Fundo de Resolução.”
A informação consta de um comunicado do Ministério das Finanças em que se lamenta “que, nessa data, o auditor independente não apresente ainda a versão final e definitiva do relatório de auditoria e aguarda que esse relatório seja concluído e dado a conhecer ao Governo e aos partidos representados na Assembleia da República no mais curto prazo possível”.
António Costa tinha informado os deputados no debate quinzenal da sexta-feira da semana passada que o Governo tinha recusado prorrogar novamente o prazo para a conclusão dos trabalhos, em resposta a um pedido da auditora que está a fazer o trabalho. Mas na prática, e pelo que se percebe do comunicado das Finanças, a auditoria final não estará pronta para ser entregue e divulgada no prazo indicado pelo primeiro-ministro.
“No contexto deste atraso, o Governo considera que, até à conclusão da referida auditoria, não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos improdutivos por parte do Novo Banco. Na sequência das preocupações expressas pelo Governo, o Fundo de Resolução informou o Ministério das Finanças que partilha do mesmo entendimento, tendo já comunicado ao Novo Banco que este não deve realizar tais operações até à conclusão do processo de auditoria”.
O Ministério das Finanças refere ainda que não faz parte do comité de acompanhamento operacional, composto pelo Novo Banco e pelo Fundo de Resolução, a quem serão apresentadas as conclusões preliminares, não obstante ter sido o Governo a pedir a auditoria à gestão dos créditos que têm gerado mais perdas no Novo Banco.