A duquesa de Sussex concordou em cobrir as despesas do processo contra o Mail on Sunday, no valor de cerca de 75 mil euros, depois de ter visto rejeitados em tribunal vários pontos da acusação feita ao tabloide britânico. Em causa está uma carta enviada ao pai, Thomas Markle, três meses após o casamento com o príncipe Harry, cujos excertos foram publicados pelo jornal em fevereiro do ano passado.
Meghan considerou que o jornal, detido pela Associated Newspapers Limited, interferiu deliberadamente na relação entre pai e filha e avançou com um processo que, em maio deste ano, teve um desfecho desfavorável para a duquesa. Agora, concordou em arcar com as despesas do processo, cerca de 75.370 euros.
Ouça aqui a edição do Termómetro da Rádio Observador sobre este tema:
Ao mesmo tempo que concordou em pagar a conta, segundo documentos do tribunal aos quais o Daily Mail teve acesso, Meghan está empenhada em manter o anonimato das amigas que informaram a imprensa da existência da referida carta. “Divulgar publicamente estas identidades é um preço demasiado alto a pagar pelo direito de prosseguir com a acusação de invasão de privacidade”, lê-se entre os argumentos que os advogados de Markle fizeram chegar ao tribunal, em Londres, na passada quinta-feira.
Contudo, o mesmo jornal afirma que, durante a submissão do pedido, Justin Rushbrooke, advogado da duquesa, referiu acidentalmente o sobrenome de uma das cinco amigas. O juiz ordenou que o nome não fosse referido, pelo menos até à deliberação final sobre o caso, que deverá chegar durante o mês de agosto.
Referidas por Meghan em tribunal, as cinco mulheres surgem no caso como fontes da revista People (a primeira publicação a revelar a existência da carta), responsáveis pela chegada da correspondência em questão às mãos da imprensa. Contudo, os seus nomes não foram publicamente revelados.
Para a Associated Newspapers Limited, a divulgação dos nomes é imprescindível para o cumprimento do princípio de “justiça aberta” (princípio legal que defende a transparência dos processos jurídicos) que vigora no país. Markle, por sua vez, reforça não ter tido conhecimento das revelações feitas pelas cinco amigas à revista norte-americana. Para a defesa, os cinco elementos são de extrema importância pois podem provar que, aquando a publicação de excertos pelo Mail on Sunday, em fevereiro de 2019, a carta já era do domínio público.
Quando à acusação, o representante de Meghan Markle mostra-se otimista quanto ao pedido de proteção de identidade das cinco amigas, que poderão vir a ser chamadas a testemunhar no desenrolar do processo. Segundo a acusação, apenas um dos elementos poderá assumir relevo na qualidade de testemunha. Os representantes do tabloide insistem na importância dos cinco depoimentos no futuro do processo.