O Ministério da Defesa quer que os militares comecem a usar uma linguagem mais inclusiva e menos discriminatória nos documentos e comunicações oficiais. De acordo com uma diretiva enviada pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos milibares, a que a TSF teve acesso, o objetivo é “salientar a importância para a utilização de linguagem sensível ao género, dar a conhecer exemplos práticos que previnam a utilização de linguagem discriminatória e contribuir para a eliminação dos estereótipos existentes”.

O documento de 16 páginas, datado do dia 18 de setembro, explica que “na língua portuguesa é comum o recurso à utilização do género masculino para designar as pessoas de ambos os sexos, o que gera indefinições quanto às pessoas, homens e mulheres a que se refere, e torna as mulheres praticamente invisíveis na linguagem”. Por essa razão, nos documentos oficiais, aconselha-se estratégias de “neutralização ou abstração” e da “especificação”, ou seja, que se optem por expressões neutras.

Assim, “o coordenador” deverá transformar-se em “a coordenação” e “os participantes” em “quem participa”. A expressão “sejam bem-vindos” deverá ser substituída por “boas vindas a todas as pessoas” e “nascido em” por “data de nascimento”, exemplifica a TSF.

A diretiva, produzida tendo em conta recomendações nacionais e internacionais, diz respeito a todos os documentos de cariz oficial, como “decisões de dirigentes e chefes militares e respetivas comunicações internas e externas, incluindo ofícios” ou “documentos relativos ao recrutamento e à gestão de pessoal”.

A comunicação e relações públicas deverá também ser feita tendo em conta as sugestões do ministério, incluindo na escolha das imagens a usar. Estas devem refletir a diversidade e mostrar, por exemplo, homens e mulheres a trabalhar em conjunto, refere a TSF.

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