Parte do teto metro da Praça de Espanha, em Lisboa, desabou esta terça-feira em cima de uma composição que circulava com cerca de 300 passageiros no interior. A cratera terá resultado da extração de terra à superfície durante uma obra que ali decorre desde o início do ano e que prevê alterar a circulação naquela zona e construir um parque urbano.

A autarquia apressou-se a dizer que a culpa foi da obra e que não existe qualquer problema de segurança nas infraestruturas do metro — construídas nos anos 50/60, no entanto está já a ser feito um inquérito para perceber p que se passou e apurar responsabilidades.

Quatro pessoas ficaram feridas, três das quais por causa do estado de pânico em que ficaram. A circulação naquela zona só será retomada a partir de sexta-feira, depois de a linha ser limpa e de o buraco ser tapado. O Observador explica-lhe o que já se sabe sobre este incidente.

INEM e Sapadores estiveram no local

O que aconteceu na Praça de Espanha?

O teto do túnel do Metro de Lisboa, perto da estação da Praça de Espanha, desabou, esta terça-feira, e caiu em cima de uma composição onde circulavam cerca de 300 passageiros. Eram 14h19 quando tudo aconteceu e o maquinista foi obrigado a fazer uma travagem brusca, provocando o pânico entre alguns ocupantes.

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Segundo o INEM, registaram-se quatro feridos, dois assistidos no local e outros dois (um homem de 27 anos e uma mulher de 54) foram levados para o hospital. Três deles foram assistidos devido ao estado de pânico em que se encontravam e um quarto com ferimentos no braço, que era o segurança daquela estação.

A Linha Azul foi cortada e, entretanto, por volta das 16h15, foi retomada a circulação (exceto no troço Laranjeiras – Marquês de Pombal). A Linha Azul terá a circulação limitada e a funcionar nos próximos dias aos troços Reboleira – Laranjeiras e Santa Apolónia – Marquês de Pombal, disse o Metropolitano de Lisboa em comunicado.

Por que caiu o teto?

Porque na Praça de Espanha estão a decorrer obras desde o dia 13 de janeiro deste ano,  que irão servir para alterar a circulação rodoviária e criar naquela zona um parque verde. E terão sido por causa dessas obras, quando os operários removiam terra à superfície naquela área, que se abriu uma cratera. O próprio vereador Carlos Castro, do Desporto, Higiene Urbana e Proteção Civil, afirmou logo após o incidente no Metro que o mesmo tinha acontecido “decorrente da obra” — o que veio a ser depois confirmado em comunicado pela Metropolitano de Lisboa.

O presidente da Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, adiantou que no decorrer das obras da Praça de Espanha “ao demolirem parte da estrutura de betão armado, furaram a galeria, que já é muito antiga, danificando o comboio que estava no momento a passar”. Galerias estas que remontam aos anos 50/60.

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Quando será reposta a circulação na linha de Metro?

No local agora terão que retirar a carruagem do metro atingida, limpar a linha e remendar a galeria onde se abriu o buraco com ferro e betão. A circulação na Linha Azul do Metro de Lisboa estará, por isso, reposta “o mais tardar na sexta-feira de manhã”, garantiu esta quarta-feira o presidente da Metropolitano de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, em declarações aos jornalistas na Câmara Municipal de Lisboa, no final de uma reunião com o presidente da autarquia e o presidente da Carris esta manhã de quarta-feira.

Mas os túneis do metro são seguros?

Os túneis, garante o presidente da Metropolitano de Lisboa, “estão todos vistoriados” e são seguros.

Neste momento, disse o responsável pela Metropolitano de Lisboa, a empresa apenas está a aguardar uma resposta dos especialistas à proposta de trabalho de reparação do “buraco” que ficou aberto no túnel, que foi conjugada entre o metro, o empreiteiro e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Tanto a Câmara de Lisboa como o Metropolitano de Lisboa mandaram abrir um inquérito “para averiguação das causas que estiveram na origem da ocorrência.”

Carlos Castro garantiu logo que a Carris iria criar carreiras de substituição para o percurso do metro agora fechado (Laranjeiras – Marquês de Pombal). ​A Carris reforçou então as carreiras 726 e 746, para tentar minimizar a interrupção do Metro de Lisboa nas estações de Parque, São Sebastião, Praça de Espanha e Jardim Zoológico.

Como reagiu o presidente da Câmara Municipal?

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, quis deixar claro que o incidente se deveu à obra que decorre à superfície e que não há qualquer problema com a estrutura onde circula este transporte público. “Todos estão seguros e sem nenhum risco” disse. O incidente decorreu de um “erro grosseiro” numa obra da autarquia, assumiu.

À RTP3, Medina também falou no inquérito para averiguar a que se deveu a perfuração de parte do túnel da linha azul do Metro de Lisboa. O inquérito será coordenado por um engenheiro nomeado pelo Bastonário da Ordem dos Engenheiros, detalhou Fernando Medina, em declarações citadas pela RTP3.