O prazo para um acordo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação AIP sobre as obras de requalificação e ampliação da Feira Internacional de Lisboa (FIL) terminou e não terá saído nenhuma decisão. A falta de acordo poderá colocar em causa a organização da Web Summit em Portugal, avança o jornal Eco.
Quando Paddy Cosgrave assinou contrato com a Câmara Municipal de Lisboa e o Governo para a conferência ficar em Lisboa durante 10 anos, este previa a ampliação da FIL, onde o evento decorre desde 2016. Sem acordo entre a CML e a FIL, o contrato da Web Summit poderá entrar em incumprimento a partir de 2022.
No entanto, avança o Eco, não terá havido qualquer negociação devido à pandemia, sendo que o prazo expectável para concluir as negociações desta obra seria até ao final do primeiro semestre. A permanência do evento em Portugal poderá estar, assim, em risco, uma vez que a FIL seria a única opção viável para garantir as dimensões que se pretende para o evento, segundo a mesma publicação.
A dificuldade nas negociações não é de agora. Em maio do ano passado — depois de Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit, ter visitado outros espaços que pudessem acolher grandes eventos e feiras — o Expresso noticiava que havia um impasse nas negociações entre a Câmara Municipal de Lisboa e a dona da FIL sobre o plano de ampliação do espaço nos próximos anos.
Continuidade da Web Summit na FIL em risco. Câmara (ainda) disposta a pagar obras no espaço
As obras que estariam previstas no compromisso entre Governo e CML fariam com que o recinto da Web Summit passasse de 40 mil metros quadrados para 90 mil metros quadrados até 2022. Este compromisso, segundo a CML, foi feito com a concordância da Fundação AIP, que é proprietária do espaço de conferências lisboeta.
No entanto, explica o Eco, o presidente da Fundação AIP reconheceu que, da forma que tudo estava a ser pensado, não haveria capacidade para aumentar a FIL para a área pretendida pela Web Summit, uma vez que enquanto a Fundação previa o crescimento das instalações em dez anos, Paddy Cosgrave queria que as melhorias fossem antecipadas até 2022.
Em outubro, Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou que a autarquia iria iniciar uma negociação formal com a Fundação AIP para estudar e avaliar a expansão da FIL, através de investimento municipal. No entanto, e caso não houvesse entendimento, Medina indicou a possibilidade de “seguir outros caminhos”.
Câmara de Lisboa vai iniciar negociação para a expansão da FIL
Além de garantir a existência de um espaço com as dimensões exigidas pela organização da Web Summit, o governo e a autarquia lisboeta comprometeram-se a investir 111 milhões de euros (11 milhões de euros por ano) para manter a feira de empreendedorismo e tecnologia em Portugal. O financiamento público virá do Turismo de Portugal, IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P. e Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (alimentado pelas receitas geradas pela taxa turística paga por quem visita a capital portuguesa).