A Câmara de Lisboa vai iniciar uma negociação formal com a Fundação AIP para estudar e avaliar a expansão da FIL – Feira Internacional de Lisboa, através de investimento municipal, anunciou esta quarta-feira o presidente da autarquia, Fernando Medina.

“Foi hoje tomada a decisão de se iniciar um processo de negociação formal com a fundação AIP que permita estudar e avaliar de que forma é possível, através de investimento municipal, articular um programa relativamente à expansão da FIL”, afirmou Fernando Medina (PS), em declarações aos jornalistas no final de uma reunião privada do executivo autárquico, que decorreu nos Paços do Concelho.

Sublinhando que há “um reconhecimento quase unânime” entre os vereadores da Câmara de Lisboa quanto à importância da cidade ter “um equipamento de grande capacidade de nível internacional e de grande qualidade internacional relativamente a feiras, congressos e eventos”, o autarca adiantou que na reunião foi aprovado o contrato para a realização da Web Summit, que decorre na próxima semana, bem como “as linhas de orientação para um novo equipamento de áreas de feiras, congressos e exposições” da capital.

Segundo Fernando Medina, a negociação que irá iniciar-se com a Fundação AIP partirá da elaboração de um estudo sobre quais os potenciais clientes, que não a Web Summit, da estrutura, quais “as condições da sua viabilidade económica e financeira” e como é que tecnicamente será possível expandir a FIL.

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Há uma prioridade à expansão da FIL e não uma prioridade à construção de um edifício novo, de raiz”, salientou.

A autarquia reserva, contudo, a possibilidade de, “não havendo entendimento, poder seguir outros caminhos”, embora a aposta seja “procurar um entendimento”, reforçou o presidente da Câmara de Lisboa. “No fundo, a novidade desta reunião é o início e aceleração do compromisso da expansão da nossa capacidade de feiras e congressos”, acrescentou Fernando Medina, lembrando que antes da realização da Web Summit “já se falava nisso”. Fernando Medina adiantou também que o objetivo é que esta fase fique concluída até ao fim do primeiro trimestre de 2020.

Quanto ao montante total de investimento, o presidente da autarquia disse que “não está definido”, mas que “a Câmara terá a participação correspondente ao capital e ao investimento que fizer e o investimento a realizar será feito com verbas da taxa turística”. “Será a taxa turística a financiar os investimentos que o município venha a fazer nesta matéria”, assegurou.

A ratificação do acordo para a organização e realização da cimeira tecnológica Web Summit, entre 2019 e 2028, celebrado entre o Estado, a Câmara de Lisboa e a Connected Intelligence Limited (empresa que organiza o evento) em 5 de novembro de 2018, foi aprovado com os votos a favor do PS e do CDS-PP, a abstenção do PSD e os votos contra de PCP e BE.

Este acordo “prevê a expansão da área expositiva para 90 mil metros quadrados, no total, e um faseamento que permita o crescimento do evento enquanto isto não ocorrer”, tendo sido agora acordado com a organização “uma adenda ao contrato inicial que prevê, uma vez que ainda decorrem negociações para a expansão”, um adiamento desta expansão, inicialmente prevista para 2021, para 2022, explicou anteriormente fonte oficial da Câmara de Lisboa numa resposta escrita enviada à Lusa.

“Em relação ao faseamento, inicialmente previa-se 13.000 m2 para 2019 através da construção na FIL [Feira Internacional de Lisboa] dos interstícios (fecho dos espaços entre pavilhões da FIL) e 18.000 m2 em espaços provisórios (tendas). Com esta adenda, de 2019 até 2022, serão disponibilizados no máximo 31.000 m2 de áreas, sejam elas de natureza provisória (tendas) ou definitiva (pavilhões construídos)”, acrescentou a mesma fonte.

Além disso, uma vez que “as obras de expansão do recinto não se encontram ainda implementadas” é “necessário disponibilizar os espaços necessários à realização do evento, ainda que de natureza temporária” para “assegurar a edição deste ano”, implicando a transferência de 4,7 milhões de euros para a Associação de Turismo de Lisboa, além dos três milhões que a autarquia tem de pagar anualmente para a realização do evento.

“Os 4,7 milhões de euros são relativos ao aluguer de espaços (FIL e Altice Arena), às tendas provisórias para garantir as áreas de exposição que a organização necessita e a aquisição de logística de comunicação (‘wi-fi’ de última geração, crucial para a realização de um evento esta natureza)”, referiu a fonte.