Com o Reino Unido a ultrapassar o milhão de casos positivos, o primeiro ministro britânico anunciou este sábado um novo confinamento em Inglaterra, a começar quinta-feira e a terminar, à partida, quatro semanas depois (a 2 de dezembro). Todas as lojas de serviços considerados não essenciais vão fechar portas e restaurantes e bares só poderão funcionar com entregas em take away, como aconteceu no primeiro confinamento.

Numa conferência de imprensa praticamente ao mesmo tempo que a do primeiro-ministro português, António Costa, Johnson pediu a todos para permanecerem em casa o máximo de tempo possível, apenas saindo para ir à escola, ao médico ou para ir comprar os bens essenciais, à semelhança do que foi imposto esta semana em França. “Ninguém queria estar a impor estas medidas”, chegou a ressalvar, explicando que as medidas tomadas a nível local não foram suficientes para conter a propagação do vírus.

Segundo o The Guardian, as creches e as escolas vão permanecer também abertas e a prática de exercício físico ao ar livre continuará a ser permitida. Circular para ir tratar de pessoas mais vulneráveis ou para casais separados que tenham que partilhar a custódia dos filhos também será permitido.

As novas regras, que serão publicadas terça-feira e votadas no dia seguinte, para entrarem em vigor na quinta-feira, incentivam também o teletrabalho sempre que possível. São ainda proibidas pernoitas e viagens internacionais em lazer — só são admitidas por questões profissionais.

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Os locais de culto, como as igrejas, estarão abertos, mas sem cerimónias. Apenas para orações individuais.

“O vírus está a espalhar-se mais rapidamente do que o pior cenário previsto pelos nossos conselheiros científicos, cujos modelos agora sugerem que se não agirmos, podemos assistir ao números de mortos no país a atingir os milhares por dia”, números muito superiores aos de abril, disse Johnson.

Para outros países do Reino Unido, as medidas não se aplicam: a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte têm respostas próprias e autónomas à pandemia.

Na Escócia começará a ser implementado no dia 2 de novembro um sistema com cinco níveis, cada um com medidas de contenção próprias. O sistema vai do nível zero, com medidas de restrição quase nulas, ao nível quatro, já próximo de um confinamento total. O enquadramento dos vários pontos do país num nível de resposta à pandemia proporcional é calculado a partir do número de casos confirmados por cada 100 mil habitantes, do rácio de testes positivos por testes realizados, das projeções e estimativas referentes a novos casos no futuro e da capacidade de resposta dos hospitais e das unidades de cuidados intensivos em cada região.

Já o País de Gales e a Irlanda do Norte “estão atualmente com quarentenas temporárias em curso”, refere a estação britânica BBC. No País de Gales está previsto que o confinamento já decretado e ainda em curso termine a 9 de novembro. Na Irlanda do Norte, prevê-se que as restrições em curso terminem a 13 de novembro.

Nota – Atualizado às 19h15 do dia 1/11/2020