A direção nacional do PSD decidiu vir a público responder às acusações dos socialistas (e de outros partidos), que têm, ao longo do dia, apontado duras críticas ao entendimento entre o Chega e o PSD/Açores.

André Coelho Lima, deputado e vice-presidente do PSD, não poupou nos adjetivos e acuso o PS de “ter falta de sentido de vergonha” por criticar a estratégia do partido depois de, em 2015, ter desenhado uma ‘geringonça’ para afastar Pedro Passos Coelho do poder.

O vice-presidente do PSD esforçou-se várias vezes por repetir que o governo do PSD nos Açores é com CDS e com  PPM e  que o apoio de André Ventura é apenas de incidência parlamentar. Mais a mais, André Coelho Lima tentou por diversas vezes separar a aliança nos Açores e as decisões do PSD regional com aquilo que acontece e é decidido na São Caetano.

Confrontado pelos jornalistas sob o eventual acordo para avançar com um processo de revisão constitucional — hipótese que André Ventura e o Chega sugeriram no comunicado enviado esta sexta-feira às redações –, Coelho Lima negou várias vezes essa ideia. “Não há moeda de troca com revisão constitucional“, disse.

Na verdade, foi o Chega que acabou por recuar e aceitar que o processo de revisão constitucional venha a ser desencadeado algures no próximo ano — tal como Rui Rio sempre disse que ia fazer. Além disso, no tal comunicado enviado às redações, o partido de André Ventura garantia o PSD “irá entregar na Assembleia da República, ainda nesta sessão legislativa, um projeto de revisão constitucional que compreenderá, não só o constante do seu programa eleitoral, como alguns aspetos que são para nós fundamentais, tendo-nos sido dadas garantias de que contemplará, entre outros aspetos, a redução do número de deputados e a vontade de fazer uma profunda reforma no sistema de Justiça” — duas questões que Rui Rio sempre disse querer revisitar, antes mesmo da questão dos Açores se colocar.

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