O Grupo Parlamentar do PS apresentou esta terça-feira uma resolução em que propõe a concessão de honras no Panteão Nacional, em Lisboa, a Egas Moniz, republicano, médico e único Prémio Nobel português na área da ciência.
Neste projeto de resolução, a bancada socialista pede a constituição de “um grupo de trabalho, composto por representantes de cada grupo parlamentar com a incumbência de determinar a data, definir e orientar o programa de atribuição de honras de Panteão, em articulação com as demais entidades públicas envolvidas”.
Para o PS, a concessão de honras de Panteão a António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz é uma forma de homenagear “o médico, cientista, político e escritor, evocando o seu papel no desenvolvimento da ciência em Portugal, na sua projeção internacional, sempre com um forte sentido de dever e de comunidade”.
A bancada socialista assinala em seguida que esta homenagem deve ser feita num momento em que passam 65 anos decorridos após a morte. Egas Moniz nasceu em 29 de novembro de 1874, em Avanca, concelho de Estarreja.
“Por influência do seu tio paterno, que acreditava na sua predestinação e na sua descendência, acrescentou ao seu nome de batismo os dois nomes do aio de Afonso Henriques. Na sua vida pública viria, definitivamente, a ficar conhecido apenas como António Egas Moniz”, refere-se no diploma do Grupo Parlamentar do PS.
No mesmo projeto de resolução, a bancada socialista destaca também que Egas Moniz foi galardoado com o Prémio Nobel em 1949, “não pelos trabalhos de angiografia cerebral, mas antes pela “descoberta do valor terapêutico da leucotomia”.
Torna-se assim o primeiro Prémio Nobel português e, até hoje [esta terça-feira], o único atribuído na área da ciência. Setenta anos depois, com o enorme progresso científico e com a elevada maturidade dos sistemas científicos e tecnológicos – e sem escamotear muitas das controvérsias que posteriormente se vêm a gerar – devemos contextualizar esse momento histórico”, defende-se neste diploma.
O Grupo Parlamentar do PS salienta igualmente que “o enorme reconhecimento da comunidade científica mundial” em relação a Egas Moniz “é amplamente reconhecido pela sua entrada na Academia de Ciências de Lisboa e, como sócio, em muitas academias estrangeiras, como Paris, Madrid, Rio de Janeiro, Estrasburgo, Buenos Aires ou Nova Iorque”.
“Egas Moniz foi um político empenhado na causa republicana. Deputado desde 1903, foi um dos deputados constituintes da Assembleia Nacional de 1911”, acrescenta-se no mesmo projeto de resolução.