Alex Apolinário, jogador do Alverca que sofreu uma paragem cardiorrespiratória no jogo deste domingo frente ao União de Almeirim, permanece em estado grave no Hospital de Vila Franca de Xira, onde chegou quase uma hora depois por ter estado a ser reanimado na ambulância com auxílio de um desfibrilador que conseguiu recuperar o pulso do brasileiro. De acordo com o clube do Campeonato de Portugal, que fez uma atualização do estado do médio ofensivo de 24 anos esta segunda-feira, o jogador encontra-se estabilizado e em coma induzido.
“Por agora, é tempo de fazer um agradecimento à onda de solidariedade com o atleta que nos chegou dos quatro cantos do Mundo. Em nome do FC Alverca Futebol SAD e, particularmente, em nome do atleta e dos seus familiares, agradecemos aos profissionais de saúde e a todos que nos endereçaram mensagens, clubes, atletas, instituições e adeptos de todo o Mundo, que se juntaram a nós numa gigantesca demonstração de apreço pela vida humana”, acrescentou o comunicado emitido esta tarde pelo clube ribatejano.
Também esta segunda-feira, Bruno Bello Vicintin, antigo vice-presidente do Cruzeiro (por onde o jogador passou antes de chegar a Portugal) e agente do jogador, fez um relato emocionado sobre como viveu toda a situação no Estádio do Alverca, onde assistia ao encontro que foi transmitido também no canal do clube.
Comunicado Alexhttps://t.co/5TudnBOZas
— FC Alverca (@FCAlverca) January 4, 2021
“O jogo ocorria normal, de portões fechados. Estávamos assistindo à partida, eu e o meu filho Massimiliano, de 11 anos, o Arthur e mais dois funcionários do clube. Por volta dos 27 minutos do primeiro tempo saindo do banheiro escutei uma gritaria. Parecia que alguém se tinha machucado e o árbitro tinha mandado o jogo seguir. Houve um princípio de discussão entre os jogadores que naqueles momentos iniciais não entenderam o que estava acontecendo. Quando vi o Alex, estava caído no centro do campo e as equipas médicas dos clubes corriam para socorrer. O Arthur gritou ao Fernando Orge, presidente do clube, para ligar aos bombeiros e chamar uma ambulância. Da arquibancada vi o nosso fisioterapeuta André fazer massagem cardíaca no Alex e vi que ele tinha tomado o primeiro choque do desfibrilador. Neste momento, em choque, todos começaram a entender o que estava acontecendo e o desespero tomou conta de atletas e equipas técnicas das duas equipas. Nunca ninguém imaginou passar por isto”, começou por contar, numa publicação na sua página do Instagram.
“O Alex teve duas paradas cardíacas no campo e foi reanimado pelo André e pelo Renato, com o equipamento. Um bombeiro torcedor do clube que assistia o jogo em um bar também entrou correndo no estádio para ajudar nos primeiros socorros. A ambulância dos bombeiros de Alverca chegou em menos de cinco minutos e depois mais duas ambulâncias chegaram. O Alex foi colocado dentro da mesma e no meio do campo foi reanimado mais duas vezes. Como pelo protocolo médico aqui de Portugal a ambulância só sai com o paciente estabilizado ninguém sabia o que estava ocorrendo dentro da mesma. Dentro de campo o choque tomou conta de todos e muitas pessoas da cidade começaram a dirigir-se ao estádio. O bombeiro primeiro saiu da ambulância dando a notícia que não estavam conseguindo reanimar para o desespero de todos; porém, alguns poucos minutos, depois saiu novamente falando que tinham conseguido estabilizar o quadro”, prosseguiu o agente.
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“Foi uma comoção geral com todos aplaudindo e chorando de emoção. Alex está sedado, entubado e estabilizado no hospital de Vila Franca de Xira, onde passa a noite. Ele só não faleceu no meio do campo graças ao André e sua equipa bem treinada e equipada, aos bombeiros e a equipa médica que chegaram muito rápido. Eu já tinha lido sobre casos assim, de mal súbito mas ver ao vivo com alguém tão próximo é inexplicável é aterrorizante. Chorei abraçado com meu filho na arquibancada, achando que tínhamos perdido ele. Agora nos resta orar, dar apoio a família e torcer para que ele se recupere o mais rápido possível. Continuo em corrente de oração já que as próximas horas são chaves”, concluiu Bruno Bello Vicintin na descrição do que vira na véspera.