Accionistas importantes começam a revelar interesse em investir no 4º maior grupo da indústria automóvel global, a Stellantis, que vai ter ao leme o português Carlos Tavares. Quem manifestou esta vontade de investir no conglomerado foi o Governo italiano, cujo ministro da Economia, Antonio Misiani, anunciou que a Itália estaria interessada em adquirir uma parte do grupo que envolve interesses franceses, americanos e italianos.
A fusão de 52 mil milhões de dólares, cerca de 42,4 mil milhões de euros, junta em pé de igualdade os accionistas da PSA com os da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), mas nenhum deles se mostrou disponível para comentar as afirmações do ministro transalpino, de acordo com a Reuters.
O desejo expresso pelos italianos parece ter a ver com a vontade de equilibrar os pratos da balança com os franceses, que indirectamente controlam 6,2% na Stellantis através do banco público BPI France. Entretanto, o maior accionista do novo grupo é a Exor, com 14,4%, da família Agnelli, fundadora da Fiat.
Contudo, a presença dos Governos francês e italiano na empresa pode tornar-se um problema para Tavares, especialmente se num futuro próximo vier a surgir a necessidade de realizar cortes no pessoal ou encerrar fábricas nos respectivos países. É certo que PSA e FCA sempre afirmaram que não previam este desfecho, mas com a actual volatilidade da indústria, motivada por um lado pela pandemia e, por outro, pelos enormes investimentos na mobilidade eléctrica, a realidade pode vir a tornar essas promessas muito difíceis de cumprir.