O WhatsApp, a aplicação de troca de mensagens encriptadas que até agora se apresentava como um serviço que se guiava pela privacidade, vai obrigar os utilizadores a compartilhar dados pessoais com o Facebook, a empresa mãe.
Desde quarta-feira, o WhatsApp tem vindo a notificar os utilizadores com os novos termos da política de privacidade, que permite que o Facebook e as subsidiárias possam recolher dados pessoais, incluindo números de telemóvel dos utilizadores e dos contactos, bem como localizações e conteúdo de mensagens. Se os utilizadores não concordarem até 8 de fevereiro, perderão o acesso à aplicação.
O WhatsApp explica que esta mudança na partilha de dados terá como objetivo não só melhorar os serviços, como também exibir ofertas e anúncios personalizados que sejam mais relevantes para os seus utilizadores.
Contudo, a medida não vai abranger os utilizadores europeus. O Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), que entrou em vigor em 2018 nos países da União Europeia, impede que os dados sejam partilhados com terceiros, nomeadamente com a empresa liderada por Mark Zuckerberg.
“Não há mudanças nas práticas de partilha de dados do WhatsApp na região europeia (incluindo no Reino Unido) decorrentes da atualização dos Termos de Serviço e Política de Privacidade”, terá garantido um porta-voz do WhatsApp, cita o Business Insider.
Fora da Europa, a mudança já fez com que muitos utilizadores eliminassem as suas contas no WhatsApp e mudassem para outras aplicações de mensagens encriptadas, como o Signal e o Telegram, depois de apelos como o de Elon Musk: “Usem o Signal”, escreveu o dono da Tesla no Twitter, esta quinta-feira.
Use Signal
— Elon Musk (@elonmusk) January 7, 2021
O WhatsApp foi comprado pelo Facebook em 2014, numa transação avaliada em 19 mil milhões de dólares.