Empate caseiro com a Roma, vitória arrancada a ferros com a Udinese, empate em San Siro com o Hellas Verona. É agora? Não foi. Empate como visitado frente ao Parma, empate em Génova. É agora? Não foi. Derrota em casa com a Juventus. É agora? Não foi. O AC Milan, o colosso sete vezes campeão europeu que se tornou nas últimas épocas um gigante com pés de barro face às classificações, começou a temporada com quatro vitórias consecutivas (entre uma passagem num desempate louco nas grandes penalidades frente ao Rio Ave à fase de grupos da Liga Europa) mas nunca foi olhado verdadeiramente como um candidato. Porque havia a Juventus, o Inter, a Atalanta. Mais do que nos triunfos, foi na reação à adversidade que os rossoneri cresceram. E não pararam de crescer.
Ever since Super Pippo Inzaghi retired Milan’s No.9 shirt has been strangely cursed.
It has passed from Pato to Piatek and still it lingers.
What happened to its wearers and can Mario Mandzukic lift it? ????⚫https://t.co/TxjgkmJmys
— James Horncastle (@JamesHorncastle) January 23, 2021
A última jornada foi mais um exemplo disso mesmo: depois da vitória do Inter diante da campeã Juventus, que colocou o rival de forma provisória na frente, o conjunto de Stefano Pioli, com algumas baixas de peso a registar (como Rafael Leão, um dos jogadores em melhor momento que estava castigado), aproveitou de novo a inspiração do regressado Zlatan Ibrahimovic para marcar a abrir, fazer o 2-0 cedo no segundo tempo e gerir os três pontos que mantiveram a equipa na frente. Não está no top 3 dos melhores ataques, não está no top 3 das defesas menos batidas mas encontra-se no top 1 da Serie A com grande mérito coletivo e a discussão de todos os jogos como se fosse uma final que colocava o AC Milan a depender de si para ser líder na primeira volta.
Com cinco baixas confirmadas (Ismael Bennacer, Matteo Gabbia, Alessio Romagnoli, Saelemaekers e Calhanoglu), quatro regressos confirmados após lesão, infeção por Covid-19 ou castigo (Theo Hernandez, Ante Rebic, Krunic e Rafael Leão) e uma contratação de peso pronta a ser utilizada (Mandzukic), Pioli tinha agora um jogo de risco com uma Atalanta menos regular do que na última época mas com um poder de fogo como poucos em Itália. E foi isso que acabou por imperar, num sábado onde a única boa notícia do AC Milan foi mesmo o empate sem golos do Inter frente à Udinese, o que permitiu aos rossoneri manterem a liderança com mais dois pontos. A Roma de Paulo Fonseca, que ganhou ao Spezia por 4-3 num jogo com final de loucos, ficou a seis pontos e também Nápoles e Juventus poderão agora reduzir a desvantagem em relação à liderança da Serie A.
???????? Milan ???? Atalanta
Com Josip Iličić ???????? (7.6) mais uma vez em destaque, Atalanta vulgarizou o lider Milan no Giuseppe Meazza
Valeu aos "rossoneri" o empate do Inter em Udinese, para virarem a 1ª volta isolados no topo
Rafael Leão ???????? (5.1) foi titular#SerieA #RatersGonnaRate pic.twitter.com/oQStz0nv1C
— GoalPoint (@_Goalpoint) January 23, 2021
Mesmo sem Papu Goméz, que estará perto de assinar pelo Sevilha a troco de 15 milhões de euros depois de se ter incompatibilizado de vez com o técnico Gian Piero Gasperini, a Atalanta esteve algum tempo a adaptar-se ao jogo mas assumiu o domínio completo em termos ofensivos e de oportunidades a partir de meio da primeira parte, com Romero a entrar bem nas costas da defesa rossoneri para desviar de cabeça com um movimento complicado para o 1-0 (26′). Donnarumma ainda evitou males maiores numa noite de total desinspiração de Ibrahimovic, Rafael Leão e Castillejo na frente (Madzukic, Rebic e Brahim Díaz entraram mais tarde) mas a dupla ofensiva da formação de Bérgamo acabou de vez com as contas: Ilisic, depois de ter perdido duas boas oportunidades, fez o 2-0 de penálti (53′); Zapata, após uma bola no poste, fechou as contas em 3-0 com um remate de pé esquerdo (77′).
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