70 anos. Há 70 anos que o Sporting não completava uma primeira volta de Campeonato tão boa, com tantos pontos e tantas vitórias. Com o resultado positivo conquistado esta sexta-feira na Madeira, contra o Marítimo, os leões abriram seis pontos de vantagem para o segundo lugar a meio da temporada — um nível de distância que só acontecido duas vezes na história, em 1946/47 e 1950/51.

Pote, o abre-latas declarado da equipa que aprende com os erros (a crónica do Marítimo-Sporting)

Se quisermos recuar mais ainda, há 72 anos que os leões não tinham 45 ou mais pontos em 17 jornadas da Liga, um número que alcançaram em 1939, 1946 e 1948. Com os empates de FC Porto e Benfica nesta jornada, o Sporting colocou-se numa posição face à conquista do título nacional que não tem qualquer paralelo desde a equipa de Alvalade ganhou o Campeonato pela última vez, em 2001/02. Rúben Amorim, porém, não quer adiantar euforias nem festejos.

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“Nem no título falo, quanto mais sem derrotas. O nosso objetivo é chegar ao primeiro jogo da segunda volta sem derrotas (…) Há que lembrar que há o Sp. Braga também. Tudo pode acontecer. Estamos na primeira volta. Pode acontecer o contrário na segunda. Vamos pensar jogo a jogo”, disse o treinador na flash interview, confirmando a lógica que tem apresentado desde o início da temporada, sem nunca assumir uma real candidatura ao primeiro lugar. Sobre a partida em si, que os leões venceram com dois golos de Pedro Gonçalves, Amorim sublinhou a importância de marcar primeiro — em oposição ao que aconteceu no jogo da Taça, em que os leões acabaram por sair do Funchal eliminados pelo Marítimo.

“Marcar primeiro ajuda sempre e depois fomos uma equipa que controlou sempre o jogo. O Marítimo até se apresentou um bocadinho mais baixo do que foi na Taça de Portugal. Tivemos qualidade com a bola, muita segurança, não perdemos bolas na construção, não demos muitas ocasiões ao Marítimo. Não me lembro de nenhuma ocasião do Marítimo. Fomos muito fortes nas bolas paradas e eles foram muito rigorosos e fizeram aquilo que tinham a fazer e foi uma vitória mais do que justa”, explicou o técnico, que comentou ainda as estreias dos reforços Paulinho, que entrou diretamente para o onze inicial, e João Pereira, que jogou apenas os instantes finais.

“[Paulinho] veio de uma lesão, depois recuperou. Ainda não tinha feito muitos jogos mas é clara a capacidade que ele tem de nos dar outras coisas. Vai ter de trabalhar muito. É mais um jogador do plantel mas enriquece muito a nossa equipa e nós estamos felizes por ele e pelo João [Pereira], pela capacidade que demonstrou em cinco minutos, a forma como ele é… Foi brindado já com um cartão amarelo, mas fico muito feliz pela forma como eles se integram no grupo”, completou Rúben Amorim, que conseguiu ainda comandar o Sporting ao quarto jogo consecutivo sem sofrer golos pela primeira vez esta temporada.

Pedro Gonçalves, o autor dos dois golos que deram a vitória aos leões, foi naturalmente considerado o melhor jogador em campo e atingiu registos impressionantes. Para além de ter marcado o 14.º golo da temporada, engrossando o registo de melhor marcador do Campeonato, o avançado português bisou pela quinta vez esta época e fez cerca de 65% dos golos de toda a carreira em 2020/21. Chamado à flash interview, Pedro Gonçalves explicou que o Sporting teve “azar” no jogo da Taça de Portugal porque não conseguiu marcar. “Hoje fizemos o mesmo e marcámos. O mister deu as mesmas indicações durante a semana”, acrescentou, reconhecendo depois que retirar pontos ao FC Porto e ao Benfica é “importante” mas o foco da equipa está já no próximo jogo, na terça-feira, contra o Gil Vicente.